Filho de coordenadora morta acolhe alunos na escola após massacre: ‘Se eles não desistirem, minha mãe vai estar feliz’

Um dos filhos da coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezu, morta no massacre da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, esteve na unidade na manhã desta terça-feira (19) para ajudar no acolhimento de alunos na retomada das atividades.

Para o engenheiro Vinicius Umezu é importante que os jovens não desistam da escola. “Única coisa que minha mãe ia querer era não desistir. Se eles não desistirem de seguir em frente, minha mãe com certeza vai estar feliz lá em cima. Nós estamos dando apoio para mostrar que por parte da família da minha mãe vamos apoiar as crianças para que continuem na caminhada e não desistam nunca.”

Para o engenheiro, o massacre vai ser um motivo para reflexão e mudança de comportamento nas famílias. “Temos que mudar muito, todos nós. Hoje em dia as coisas estão dispersas. Precisamos olhar para nossos filhos e mostrar que os pais estão ao lado deles. A mudança vai começar com as crianças. Os pais estando sempre juntos tenho certeza que nós vamos mudar. Minha mãe não se foi em vão, minha mãe vai deixar um legado e isso vai ajudar muita gente.”

Os portões da escola foram abertos às 10h. Os estudantes participam de um café da manhã e de atividades no local. De acordo com o cronograma divulgado pela Secretaria Estadual de Educação, haverá apoio psicológico, oficinas, terapia em grupo, rodas de conversa, depoimentos e compartilhamento de boas práticas.

Acolhimento

Equipes do Governo de São Paulo e da Prefeitura de Suzano prepararam uma série de atividades de acolhimento e atendimentos especializados. Para os estudantes são oferecidas atividades esportivas, artísticas e rodas de conversas.

Com o objetivo de mudar o ambiente escolar, a estrutura interna foi pintada e revitalizada pela Secretaria da Educação, com o apoio da comunidade escolar.

Também haverá atendimento psicossocial especializado para funcionários, alunos e familiares que desejarem com equipes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da Prefeitura, psicólogos da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP), USP, entre outras instituições.

Vários voluntários foram até a porta da escola para prestar solidariedade aos alunos.

Na esperança de levar alegria para os alunos, integrantes da Associação Brasileira de Terapia Assistida por Animais foram à escola.

“O animal consegue fazer coisas que o próprio ser humano não consegue. Nós estamos aqui, acima de tudo para dar a nossa solidariedade. Esse momento é muito triste. Estive na escola, é forte, mas a gente tem que dar o apoio para as crianças”, explica o voluntário Carlos Pires.