Estudante negra é vetada em escola e mandada para casa por ter cabelo ‘grande demais’

Uma estudante britânica que foi mandada de volta para casa pela sua escola diversas vezes porque seu cabelo era considerado grande demais será indenizada em 8,5 mil libras (R$ 47,8 mil).

Ruby Williams, hoje com 18 anos, moveu uma ação contra a Urswick School, no leste de Londres. O processo foi encerrado após as partes terem alcançado um acordo extrajudicial.

A escola nega que tenha discriminado Ruby e afirma que o cabelo dela violava as regras da instituição, que estabelecem que “cabelos afro devem ter tamanho e comprimento razoáveis”.

Após reclamações da família de Ruby, a Urswick School removeu a regra de seu site.

A jovem disse à BBC que deseja que escolas do Reino Unido tenham “diretrizes melhores, para que as pessoas não sejam discriminadas quando estiverem na escola”.

“Também desejo que essa história dê confiança para que pessoas em situações semelhantes não fiquem caladas”, disse Ruby.

Kate Williams, mãe de Ruby, tomou conhecimento da política da escola por meio do site depois que Ruby foi mandada para casa pela primeira vez.

Isso chocou Ruby, que tinha 14 anos quando foi impedida de ficar na escola. “Estou realmente sendo mandada para casa por causa do meu cabelo?”, ela se recorda de ter perguntado.

A jovem diz que o diretor da escola, Richard Brown, afirmou que seu cabelo era “muito grande” e estava distraindo alunos e bloqueando a visão da lousa.

A Comissão de Igualdade e Direitos Humanos, um órgão público independente, alegava que havia ocorrido discriminação racial contra Ruby.

O acordo extrajudicial que deu fim à ação foi ofertado à família de Ruby pelo Conselho Diocesano de Escolas de Londres, organização religiosa que administra a escola, sem que houvesse qualquer admissão de responsabilidade.

A direção da Urswick School afirma que a escola “reconhece e celebra a diversidade”. “O corpo diretivo fica extremamente apreensivo se alguma criança ou família sente que a discriminamos”, disse a instituição em um comunicado.

“Não aceitamos que a escola tenha discriminado, mesmo que sem intenção, qualquer indivíduo ou grupo.”