Esclerose múltipla: estes são os sintomas iniciais da doença

A Esclerose Múltipla é uma condição autoimune que afeta o cérebro, nervos ópticos e a medula espinhal (sistema nervoso central).

Isso acontece porque o sistema imunológico do corpo confunde células saudáveis com “intrusas”, e as ataca provocando lesões.

O sistema imune do paciente corrói a bainha protetora que cobre os nervos, conhecida como mielina.

Isso pode resultar em fraqueza muscular, fadiga, problemas de coordenação e dor crônica. Na esclerose múltipla, as lesões nos nervos causam distúrbios na comunicação entre o cérebro e o corpo.

Segundo a National Multiple Sclerosis Society, dos EUA, a doença afeta mais de 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo.

Mas atenção: a intervenção precoce proporciona a melhor chance contra a incapacidade a longo prazo.

Por isso, é fundamental reconhecer os sintomas iniciais (que geralmente aparecem aos 20 ou 30 anos de idade) e procurar atendimento médico imediato.

Veja os principais sinais da doença:

1. Fadiga e fraqueza

Danos nos nervos na coluna resultam em fadiga crônica ou a longo prazo.

A fraqueza afeta mais comumente as pernas antes de se estender para outras partes do corpo.

O sintoma pode ir e vir ou durar várias semanas seguidas.

2. Formigamento e dormência

Estes sintomas ocorrem mais frequentemente nos braços, rosto, dedos e pernas.

3. Dor e espasmos

Até dois terços das pessoas com EM no mundo relatam dor que pode ser de curto ou longo prazo.

Veja exemplos de dor a curto prazo:

– dor aguda no rosto (neuralgia do trigêmeo): uma breve sensação de choque elétrico da parte de trás da cabeça na espinha (sinal de Lhermitte)

– Sensações de queimadura ou perfuração ao redor do corpo (dor neuropática)

– Sensações de ardor, dor ou formigamento e “agulhas”

4. Problemas de visão

O Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrames nos Estados Unidos relatou que os problemas de visão são frequentemente o sintoma inicial da EM.

Possíveis mudanças de visão incluem: visão embaçada, visão dupla, distorção de cor vermelho-verde, perda de visão, dor ao olhar para cima ou para o lado.

5. Espasmos musculares, como movimentos bruscos das pernas e braços,  também são comuns.

6. Tontura e perda de equilíbrio

7. Desmaios, tontura, enjoo e fraqueza também são sintomas da EM.

Eles podem fazer as pessoas perderem o equilíbrio, serem desajeitadas ou se esforçarem para andar.

Apesar de menos comum, pessoas com EM experimentam vertigem, que é a sensação de que os arredores estão girando.

Isso ocorre quando as lesões afetam as partes do cérebro que mantêm o equilíbrio.

– Problemas na bexiga e intestinos

Os sintomas de disfunção da bexiga geralmente incluem aumento da frequência urinária, urgência urinária, dificuldade em iniciar a micção, micção noturna (noctúria), incontinência, dificuldade de esvaziar completamente a bexiga.

Questões intestinais são menos comuns do que problemas de bexiga em pessoas com esclerose múltipla, embora alguns experimentem diarreia, constipação ou perda do controle intestinal.

– Problemas sexuais

A excitação sexual começa no sistema nervoso central, quando o cérebro envia mensagens para os órgãos sexuais.

Danos a esses nervos fazem com que algumas pessoas com EM notem mudanças em seus níveis de desejo sexual, atividade sexual e capacidade de atingir o orgasmo.

Outros sintomas da doença, como fadiga e dor, também podem reduzir o desejo sexual.

– Mudanças cognitivas e emocionais

Aproximadamente metade de todas as pessoas com EM notará alterações cognitivas que afetam a capacidade de concentração, raciocínio abstrato, atenção, memória, habilidades para resolver problemas e velocidade de processamento de informação.

 

Problemas de saúde emocional também são comuns, incluindo depressão, estresse e ansiedade.

Além disso, há também outros sintomas que afetam pessoas com esclerose múltipla: dificuldades respiratórias, dores de cabeça, perda de audição, coceira, convulsões, problemas de fala, tremores, dificuldade para engolir e dificuldades de locomoção.

Fique atento ao fatores que aumentam o risco de desenvolver esclerose múltipla:

* Idade: a EM afeta mais comumente pessoas na faixa dos 20 ou 30 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade.

* Sexo: a condição afeta pelo menos duas vezes mais mulheres do que homens.

* História familiar: se um familiar próximo tiver a doença, a pessoa tem uma chance de 2,5% a 5,5% de desenvolvê-la.  

* Infecção: vários vírus podem influenciar a EM, incluindo o vírus Epstein-Barr (também chamado herpesvírus humano).

* Outras doenças autoimunes: pessoas com doenças da tireoide ou diabetes tipo 1 têm um risco ligeiramente aumentado de desenvolver EM.

* Região geográfica: a esclerose é muito mais comum em climas temperados do que em regiões ensolaradas.

Nos EUA, a condição é mais comum nos estados do norte.

* Etnia: as pessoas brancas, especialmente as do Norte da Europa, têm maior probabilidade de desenvolver EM.

* Tabagismo: os fumantes podem ter um risco maior de desenvolver EM.

Qualquer pessoa com sintomas iniciais de esclerose múltipla deve consultar um médico sem demora.

Danos no sistema nervoso central podem ocorrer mesmo antes de os sintomas aparecerem.

Apesar de não haver cura para a esclerose múltipla, o tratamento pode ajudar a controlar a doença e retardar sua progressão.