Entregador deficiente que fazia entregas de bicicleta ganha carro com ajuda de vaquinha

O jovem Carlos André dos Santos Lopes, de 19 anos, trabalha como entregador de refeições nas ruas de Maceió, capital alagoense. O que chama a atenção é que o rapaz não só faz todas as entregas de bicicleta, mas que não tem a perna esquerda, se virando como pode para cumprir seu trabalho.

Recentemente, alguém fotografou Carlos trabalhando e postou a foto nas redes sociais. A publicação viralizou. Sensibilizados com a condição do jovem, usuários criaram uma vaquinha online para ajudá-lo a comprar um carro, permitindo assim que ele revolucionasse sua maneira de trabalhar. O objetivo foi alcançado em menos de 24 horas.

Carlos conta que perdeu a perna esquerda quando tinha 5 anos, em decorrência de um câncer. Atualmente, ele trabalha como entregador para sustentar a família e também é jogador de basquete em cadeira de rodas.

Quem tirou a foto do entregador foi Luis Fellipe Amorim, que ficou impressionado com a cena. Ele mora no prédio onde Carlos havia feito a entrega naquela noite.

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Ambos não se conheciam pessoalmente, mas a fotografia deu início a uma amizade entre os dois. “Já conheci o Fellipe pessoalmente, a gente se encontrou e ele veio aqui em casa, conheceu minha família também. Nós viramos amigos, agradeci a ele de coração pelo que fez”, afirmou Carlos.

Fellipe relata que a foto foi tirada quando o entregador estava esperando na recepção do prédio a cliente descer para pegar a entrega.

“Tirei a foto na quinta-feira à noite. A moça que pediu a comida demorou a descer, e eu fiquei lá olhando de longe, refletindo sobre o que estava vendo. Resolvi tirar uma foto para mostrar para a minha noiva mais tarde. Decidi também postar para meus amigos verem. Na sexta, já tinha tomado uma proporção enorme”.

O empresário Kel Ferretii decidiu fazer a vaquinha virtual após se sensibilizar com a foto postada. Ele conseguiu encontrar o perfil do entregador nas redes sociais e descobriu que o sonho do rapaz era ter um carro para trabalhar como motorista de passageiros por aplicativo.

“A gente já bateu os R$ 30 mil em 18 horas. A vaquinha vai ficar no ar até 13 de maio. Eu pretendo comprar o carro e, se sobrar algum dinheiro, vou tentar dar entrada em uma casa”, disse Carlos.

Enquanto o dinheiro da vaquinha não é liberado, Carlos já pesquisa qual carro deverá comprar – provavelmente será um com câmbio automático, que não requer embreagem. Até lá, ele segue fazendo suas entregas de bicicleta.

“Desde criança que eu gosto de andar de bicicleta, me acostumei a pedalar sem fazer adaptações, só com a força da perna direita mesmo”, explicou.

“Ele me agradeceu muito. Tiramos uma foto e ele me disse que estava no segundo dia de trabalho quando tirei a foto. Poder ajudá-lo a mudar de vida dessa forma é uma sensação muito boa, muito prazerosa”, afirmou Fellipe Amorim.