Enquanto isso, no senado…: Dilma é sabatinada

Brasília (DF)

A base aliada do governo comemorou o desempenho da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no depoimento à comissão de infra-estrutura do senado. A pauta da reunião era as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas a ministra não escapou de uma sabatinada de perguntas em relação ao “dossiê fantasma” que relaciona os gastos com os cartões corporativos, que muitos acreditam ter sido feito pela Casa Civil. O governo nega.

Firme em sua posição, ministra voltou a negar, durante o depoimento de nove horas à comissão, que a Casa Civil tenha preparado um dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) com cartões corporativos e as chamadas “contas B”. Ela ainda defendeu que os gastos sigilosos de ex-presidentes da república com cartões corporativos sejam divulgados.

Dilma reiterou que a Casa Civil apenas montou um banco de dados com informações sobre o suprimento de fundos do governo depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou insatisfatório o modelo anterior de controle de gastos.

“Não há dossiê, o que há, o que existe e está à disposição da própria CPI (dos Cartões Corporativos) são dados, todos os dados, relativos ao período de cartões corporativos e suprimentos de fundos. (…) O banco de dados não tem nada demais. O TCU fez uma reclamação criticando a metodologia da Casa Civil e do governo, pediu para a gente tornar mais transparente e moderno. Qual a forma de fazer isso? É por meio da informática”, justificou.

Dilma admitiu, porém, que houve vazamento de informações sigilosas da Casa Civil (que segundo a oposição resultaram na confecção do dossiê) referentes aos gastos da gestão FHC. “Consideramos que foram vazadas informações absolutamente privativas da Casa Civil. Está sob investigação quem e porque isso vazou. Não há dossiê, há banco de dados”, reiterou.

Sobre o assunto original do encontro, o PAC, apenas sobrou tempo para a ministra negar que o governo o use com o objetivos eleitoreiros, muito menos que o governo federal privilegie estados governados por políticos da base aliada. “Não pode ter nenhum aspecto eleitoreiro. Eu fiz (inaugurações de obras do PAC) com a governadora Yeda Crusius, que é do PSDB, no Rio Grande do Sul. Fizemos em Minas Gerais, em São Paulo. Se tem um programa que foi republicano, que não olhou diferença de partidos, é o PAC. Não tem um governador do país que diz que não foi premiado”, defendeu.