Enem: Cancelamento prejudicará estudantes

Karen Novochadlo
Tubarão

Depois de um fim de semana cansativo, muitos estudantes deveriam estar felizes por ter encerrado as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Contudo, uma decisão da justiça determinou, em caráter de liminar, a suspensão das provas. Para alguns, a possibilidade de refazer as provas significa estresse. Além do risco de coincidir com um outro vestibular.

O fator psicológico do aluno influencia bastante na hora de responder as questões. Quem foi bem na primeira prova pode ser prejudicados em uma segunda avaliação. A estudante Natália Alberton Cunha, 19 anos, de Tubarão, está no time dos que estimam prejuízos com a mudança da data. “E se você estiver doente no dia, e foi bem no primeiro exame?”, indaga.

Muitos alunos prepararam-se para o Enem durante todo o ano. Com o exame, podem garantir bolsas de estudos, aumentar as notas de vestibulares em universidades federais e estaduais e entrar para o programa ProUni. “Há alunos que investem financeiramente e psicologicamente nesta prova. Alguns fazem só o Enem”, cita a diretora do Colégio Energia em Tubarão, Lucy Helena Vertuan.

Com 180 questões, a prova do Enem é extensa, quando comparada com vestibulares. “O aluno não pode desconcentrar ou retomar a questão e não pode deixar de fazer a redação”, ressalta Lucy.

Prova foi repleta de erros e desorganização

Vários estudantes sentiram-se prejudicados com os erros das provas. Os cadernos amarelos tinham incorreções na sequência numérica e questões repetidas. No gabarito, também ocorreu um erro na troca dos nomes das áreas de conhecimento.
A estudante Beatriz da Silva Souza, 23 anos, foi uma das prejudicadas com um erro no gabarito. “Na sala, quando perguntamos sobre o gabarito, nos informaram que a resposta estaria no site. Depois que comecei a preencher as respostas é que foi explicado como deveríamos preencher o gabarito”, reclama.

Para Natália Alberton Cunha, 19 anos, a prova foi bastante cansativa. A estudante, que pretende cursar medicina, realizou a prova em Braço do Norte em uma escola sem infraestrutura. Como havia rachaduras em salas, teve que fazer a prova dentro de um ginásio, sem ar-condicionado e ventilação. “Os fiscais levaram ventiladores de casa”, relata.