Empresários pedem medidas protecionistas

Atualmente, na região de Tubarão, cerca de sete mil pessoas estão empregadas formalmente na indústria têxtil
Atualmente, na região de Tubarão, cerca de sete mil pessoas estão empregadas formalmente na indústria têxtil

 

Karen Novochadlo
Tubarão
 
Na região de Tubarão, cerca de sete mil pessoas estão empregadas formalmente na indústria têxtil. Só na Cidade Azul, são três mil trabalhadores. Os empresários do setor começaram a apoiar uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) de solicitar medidas protecionistas para o setor, como foi feito para os automóveis importados de países que não pertencem ao Mercosul ou fabricados no Brasil com mais de 65% de peças importadas. 
No caso, foram aumentadas as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). No caso do setor têxtil, as importações de outros países tornam a concorrência desleal. De acordo com a Abit, no acumulado do ano até julho, a indústria têxtil teve perda de 14,4% na sua produção e a indústria de confecção 3,03%. 
 
“Existem países que utilizam mão-de-obra quase escrava. O setor têxtil em Tubarão só cresce graças à administração dos empresários, porque a concorrência é desleal”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Tubarão (Sintraves), Carlos Zamparetti. 
 
O gerente financeiro da empresa de linhas Kamini, Giovanni Michels, conta que hoje não existem mais fornecedores no Brasil para a sua fábrica, como alguns anos atrás. Antes, haviam cinco. Agora, é preciso importar da China o produto. “Os empresários sentem falta de uma medida ou incentivo por parte do governo para o setor”, explica Giovanni.
 
O que impede o crescimento?
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a indústria têxtil do Brasil é a quinta maior do mundo, e a de confecção a quarta. Contudo, os empresários do setor explicam que, além da falta de medidas protecionistas, também é necessário rever a carga tributária do setor. 
“Nós competimos com países que não têm encargos trabalhistas tão altos ou impostos elevados”, explica o gerente financeiro da empresa de linhas Kamini, Giovanni Michels. Um dos grandes temores da indústria brasileira é a China. O país é forte concorrente no mercado mundial.