Empresários falam em retomada do crescimento

Roberto Michels mobiliza categoria por melhorias em infraestrutura  -  Foto:Kalil de Oliveira/Notisul
Roberto Michels mobiliza categoria por melhorias em infraestrutura - Foto:Kalil de Oliveira/Notisul

Braço do Norte

Trezentas e quatorze carteiras assinadas nos primeiros sete meses do ano colocaram a cidade de Braço do Norte como a maior geradora de empregos na abrangência da Amurel. Os dados do Ministério do Trabalho não foram surpresa para o presidente da Associação Empresarial do Vale do Braço do Norte (Acivale), Roberto Michels. “Nosso empresariado é muito antenado. Não esperamos e não nos entregamos para as crises. O segredo é a troca de experiências, a união das entidades e a nossa vocação empreendedora. A nossa cidade não tem histórico de desemprego e atrai pessoas de outras regiões”, explica.

Roberto cita o exemplo das empresas do ramo de molduras. Há alguns anos, o setor foi bastante atingido com um cenário desfavorável para a exportação, mas soube se adaptar e buscar o mercado nacional. “Você pode observar que não houve quebradeira de empresas. Pelo contrário, a cidade tem recebido uma média de dez novos empreendimentos por mês. Temos uma demanda muito forte de mão de obra de Tubarão, que possui uma universidade solidificada. São pessoas que vem e voltam todos os dias”, revela.

O empresário destaca ainda o recém-criado Conselho do Desenvolvimento Econômico Local (DEL), um modelo empresarial europeu que integra 30 lideranças, entre sindicatos, entidades de classe, órgãos públicos e até clubes de serviço. A ideia surgiu em 2015. Na época, o município tinha estatística ainda mais positiva, com mais de mil vagas de emprego ofertadas no Sistema de Nacional do Emprego (Sine). Atualmente ainda há 100 vagas à espera de trabalhadores.

Empresa volta a contratar
Após meses de estagnação, a Áurea, um dos maiores laticínios da região, voltou a contratar, confirmou nesta sexta-feira o setor de RH da empressa. "Estamos contratando, mas na verdade não é um aumento de quadro, mas uma reposição. Ficamos três meses sem contratar e agora colocamos estas vagas", explicou.

Para o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, Regional Sul, Adir Engel, a situação na suinocultura também mudou bastante nas últimas semanas. A explicação está no preço dos insumos, em especial do milho e da soja. "Nós estamos pagando até R$ 49,00 na saca do milho e R$ 1.380 a tonelada do farelo de soja, e o produtor vendendo o suíno a R$ 4,00 o quilo. Pode-se dizer que o produtor está quase empatando entre o custo de produção e o preço recebido", analisa.

Dados de outras cidades
Outros municípios tiveram desempenho positivo na estatística do emprego na região: Jaguaruna, comsaldo de 105 vagas, Capivari de Baixo (95), Treze de Maio (82), Armazém (80), Imaruí (76), São Ludgero (65), Pedras Grandes (24), e São Martinho. O número de demissões foi maior que o de admissões em Laguna, com 172 vagas a menos, Imbituba (-90), Tubarão (-84), Rio Fortuna (-30), Sangão (-8), Gravatal (-7), Santa Rosa de Lima (-6), Grão-Pará (-6) e Pescaria Brava (-5).

"Benefícios das obras são para a região"
O presidente da Acivale, Roberto Michels, relacionou uma série de obras que, segundo a entidade, traria benefícios para além de Braço do Norte. "A falta de uma ferrovia integrada à malha nacional encarecem o frete e tiram a competitividade. Também reivindicamos o aumento das operações de vôo e cargas no aeroporto de Jaguaruna", destaca. 
Em se tratando de rodovias, no mesmo sentido, a Acivale acompanha as obras na Serra da Rocinha, em Maracajá, que encurtará a distância com a Serra Gaúcha. Falta pavimentar apenas 20 km.
Outras obras urgentes, na avaliação de Roberto, seriam a construção de uma terceira faixa no trecho que liga Braço do Norte a Tubarão, ou a construção de uma outra via de acesso. "Nossas reivindicações são para trazer benefícios para toda a região", completa.