Em Tubarão: medicamentos para tratamento precoce da Covid-19 estão em falta

Mesmo sem comprovação científica da eficiência, mas baseando-se em testemunhos de pacientes e alguns médicos, a ivermectina, cloroquina e a azitromicina têm sido usadas no tratamento contra a covid-19. Recentemente a Comissão de Farmácia e Terapêutica de Tubarão, adotou o protocolo, no qual autoriza os profissionais de medicina a sugerir o tratamento a pacientes diagnosticados com a doença.

Adotado recentemente no protocolo, duas medicações já estão em falta na farmácia básica municipal da Cidade Azul. O diretor-presidente da Fundação Municipal de Saúde, Daisson Trevisol, em entrevista contou que a única medicação que a prefeitura não compra é a cloroquina, que vem do governo federal. Portanto, a pasta fez essa solicitação. “A ivermectina é um medicamento, que é disponibilizada na farmácia básica. Tínhamos um estoque para três meses na semana passada e em questão de sete dias acabou. Fizemos uma nova solicitação na empresa e não há como entregar neste momento. A azitromicina é um medicamento consagrado no mercado. Temos poucas unidades. Não vamos estimular nenhum profissional a prescrever nenhum medicamento”, expõe.

De acordo com Trevisol, não há uma eficácia comprovada de alguns medicamentos. Além disso, não existe uma indicação terapêutica para o coronavírus. “O que acontece é que a pressão que temos recebido, principalmente do governo federal, no sentido de disponibilizar, ela acaba se tornando legítima. Se o governo manda esse medicamento e vamos receber, iremos disponibilizar essas medicações na nossa farmácia básica, para aquele profissional que quiser prescrever, ele tem total liberdade. O paciente tem liberdade de conversar com o seu médico e utilizar caso seja necessário”, pontua.

Os medicamentos também estão em falta em diversas farmácias da Amurel. A procura pela medicação que não exige receita teve início há quase um mês e em poucos dias os estoques se esgotaram. A ivermectina é um antiparasitário, que de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é utilizado para tratar piolhos e lombrigas. A cloroquina é usada para o tratamento de lúpus, malária e artrite reumatoide. E a azitromicina faz parte do grupo dos antibióticos e tem efeito antibacteriano; comumente indicado em casos de sinusite, inflamações e pneumonia.

Regras que proíbem a venda sem receita em farmácias de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, nitazoxanida e ivermectina foram publicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta sexta-feira (24). As orientações estão na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 405/2020, publicada ontem no Diário Oficial da União . De acordo com a agência, a lista poderá ser revista a qualquer momento para a inclusão de novos medicamentos, caso seja necessário.

Ainda segundo a Anvisa, o objetivo da norma é impedir a compra indiscriminada de medicamentos que têm sido amplamente divulgados como potencialmente benéficos no combate à infecção pelo novo coronavírus, embora ainda não existam estudos conclusivos sobre o uso desses fármacos para o tratamento da doença. A medida visa também manter os estoques destinados aos pacientes que já têm indicação médica para uso desses produtos, uma vez que os medicamentos que constam na resolução também são usados no tratamento de outras doenças.

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