Em Tubarão, categoria vota pela greve

O Sinte apresentou os pequenos avanços na proposta do governo aos professores da regional de Tubarão. Eles optaram por continuar a greve
O Sinte apresentou os pequenos avanços na proposta do governo aos professores da regional de Tubarão. Eles optaram por continuar a greve

Karen Novochadlo
Tubarão

Os professores da rede estadual decidiram, ontem, em assembleia regional em Tubarão, continuar com a greve. Amanhã, a assembleia estadual, em Florianópolis, definirá se a greve prossegue ou os professores retornam ao trabalho.
Até o fechamento desta página, por volta das 21 horas, cinco regiões haviam optado por continuar de braços cruzados. Além de Tubarão, decidiram pela manutenção da paralisação os sindicatos regionais de Laguna, Criciúma, Florianópolis e São José. São pelo fim da greve os professores lotados nas gerências de Palmitos, Campos Novos, Ituporanga e Lages. Ao todo, são 31 regionais no estado.
 
Dividida, caberá à assembleia de amanhã a decisão final. O Sinte já anunciava na tarde de ontem que, pelo tempo de paralisação e o desconto salarial, isto poderia vir a ocorrer. Domingo, uma reunião foi realizada entre o governador Raimundo Colombo e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte).
 
A proposta segue a mesma linha da apresentada em junho, com algumas alterações. A regência passaria de 25% para 30% (professores que lecionam a partir da 6ª série) e de 17% para 20% (até a 5ª série). A partir do próximo ano, o valor subiria, respectivamente, para 40% e 25%. A gratificação dos especialistas aumentaria de 15% para 20%. Em 2012, iria para 25%. 
 
“A única inovação é no valor da regência. O governo tem condições de oferecer uma proposta melhor”, avalia a representante da regional de Tubarão no estado, Tânia Fogaça. Ontem, entrou em discussão a formação de grupo para a descompressão da tabela salarial já na próxima semana.
 
 
Liminar dos descontos: suspensão é pedida
 
Zahyra Mattar
Tubarão
 
O vice-presidente do Tribunal de Justiça (TJ), desembargador José Gaspar Rubick, ainda analisa o pedido de suspensão de liminar do governo do estado contra a decisão do juiz Hélio do Valle Pereira, que determinou ao governo a devolução dos descontos dos dias parados dos professores grevistas.

O pedido foi distribuído equivocadamente por sorteio ao desembargador Domingos Paludo, que remeteu os autos ao vice-presidente. Assim, não há agravo de instrumento, mas pedido de suspensão, cuja decisão é prerrogativa do vice-presidente do TJ. A estimativa é que a decisão seja anunciada hoje.
A folha salarial referente ao mês passado foi rodada com o desconto de 23 dias (entre 18 de maio – quando iniciou a greve – até o último dia 10). “A lei é clara e permite o desconto de apenas 10% dos salários. O movimento é legítimo. Buscamos o cumprimento de um direito garantido por lei”, argumenta a coordenadora estadual do Sinte, professora Alvete Bedin.
 
49 dias – é o tempo que já dura a paralisação dos professores da rede estadual de ensino de Santa Catarina. É uma das maiores greves da categoria nos últimos 20 anos. A principal reivindicação dos educadores é a implantação do piso nacional (R$ 1.187,97) na carreira. O governo é obrigado, por uma lei federal, a pagar este valor, porém, a briga entre as classes é quanto à carreira. O estado alega que não tem como remunerar este valor aos professores sem que sejam reduzidos benefícios e alguns direitos.