Em discurso na ONU, Bolsonaro garante vacinação total contra Covid-19 até novembro

#Pracegover Na foto, Bolsonaro durante discurso
#Pracegover Na foto, Bolsonaro durante discurso

Durante um discurso de 12 minutos na abertura da 76ª Assembleia Geral da ONU, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o tratamento precoce contra a Covid-19 e se disse contrário ao passaporte sanitário da vacina, exigido em estados brasileiros e alguns países do mundo, entre eles nos Estados Unidos, onde Bolsonaro participa do encontro. O presidente brasileiro, no entanto, garantiu que todos os brasileiros que quiserem poderão ser vacinados até novembro.

Ao falar da Covid-19, o presidente fez uma defesa do tratamento precoce contra a doença e se referiu a ele mesmo como exemplo bem-sucedido da terapia. Bolsonaro já teve a doença e disse ter tomado cloroquina e se curado com o medicamento, que comprovadamente não tem eficácia na pandemia. “A história e a ciência saberão responsabilizar a todos”, afirmou.

O presidente também criticou prefeitos e governadores por medidas contra a disseminação do vírus, como o fechamento do comércio. “Sempre defendi combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. As medidas de isolamento e lockdown deixaram um legado de inflação, em especial, nos gêneros alimentícios no mundo todo”, disse. “No Brasil, para atender aqueles mais humildes, obrigados a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos e que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020.”

Questão ambiental

Bolsonaro fez uma defesa das políticas de preservação ambiental de seu governo, dizendo que o Brasil é o país que mais preserva as suas florestas. “São 8,5 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 66% são vegetação nativa, a mesma desde o seu descobrimento, em 1500. Somente no bioma amazônico, 84% da floresta está intacta, abrigando a maior biodiversidade do planeta. Lembro que a região amazônica equivale à área de toda a Europa Ocidental.”

O presidente citou dados de desmatamento do mês de agosto para embasar suas afirmações. “Na Amazônia, tivemos uma redução de 32% do desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior. Qual país do mundo tem uma política de preservação ambiental como a nossa?” Ele ainda propõs aos participantes da assembleia-geral que viessem ao Brasil: “Os senhores estão convidados a visitar a nossa Amazônia”.

Relações internacionais

O chefe do Executivo defendeu reforma do sistema de representação política da ONU, para que o Brasil tenha um assento permanente no Conselho de Segurança da entidade. No ano que vem o Brasil volta a ter uma cadeira rotativa no Conselho.

Bolsonaro declarou que, por tradição, o Brasil sempre participou de missões de paz da ONU e que deve conceder refúgio a pessoas em situação de risco no Afeganistão, depois que o Talibã retomou o poder no país, após o fim da ocupação norte-americana. “Concederemos visto humanitário para cristãos, mulheres, crianças e juízes afegãos”, declarou.

Economia

Ao falar de economia, o presidente disse que “o Brasil vive novos tempos” e que o país tem um dos melhores desempenhos entre os países emergentes. “Meu governo recuperou a credibilidade externa e, hoje, se apresenta como um dos melhores destinos para investimentos.”

Antes do presidente brasileiro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um duro discurso e disse que o mundo se move ‘na direção errada’.

Boris Johnson

Na segunda, Bolsonaro se reuniu com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Foi o primeiro encontro bilateral entre o líder britânico e Bolsonaro. A reunião ocorreu na residência do consulado-geral do Reino Unido a portas fechadas e teve a participação de ministros brasileiros.

Johnson destacou o trabalho em parceria com o Brasil nas medidas de combate à pandemia. “Estamos trabalhando juntos nas vacinas,” disse o primeiro-ministro.  De acordo com integrantes da comitiva brasileira, entre os temas debatidos houve questões ligadas ao clima.

Comitiva

Bolsonaro chegou em Nova York no domingo. Ele está acompanhado de ministros e autoridades. Entre os membros da comitiva, estão o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o ministro-chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, os ministros do Meio Ambiente, Joaquim Leite, das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, do Turismo, Gilson Machado, e da Saúde, Marcelo Queiroga.

Sem ter se vacinado contra a Covid-19, o presidente brasileiro está proibido de frequentar estabelecimentos públicos fechados. Ele chegou a ser fotografado comendo uma pizza em pé, com parte da equipe que o acompanha.

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Fonte: Correio do Povo