Eleição coloca mais mulheres na Câmaras de Vereadores da Amurel

#Pracegover Foto: há uma mulher escrevendo e sobre a mesa uma caneca, um livro e uma imagem
#Pracegover Foto: há uma mulher escrevendo e sobre a mesa uma caneca, um livro e uma imagem

Elas são a maioria da população, no entanto, estão longe de ocupar a maior parte dessas cadeiras, ou de se sentirem representadas nas Câmaras de Vereadores, no Câmara dos Deputados ou no Senado. A disparidade é tão grande que na maioria das Casas Legislativas da Amurel a galeria de fotos de ex-presidentes de uma Câmara, quase não encontramos ou não encontramos nenhuma mulher.

Em Capivari de Baixo, por exemplo, as mulheres, assim como em todo o Estado e também no país, são a maioria do eleitorado, porém há 20 anos, todas as 11 cadeiras na Câmara da cidade termelétrica são ocupadas somente por homens. Mas com o pleito eleitoral deste domingo (15), o cenário a partir de 1º de janeiro de 2021, será outro. Os eleitores do município foram às urnas e elegeram três mulheres para o legislativo: Beatriz Alves, a Bia Alves (PSL), Edcarla do Ararat (PSDB) e Heloisa Cardoso (Cidadania).

Apesar do crescimento, a representatividade feminina na Casa ainda é baixa. A vereadora eleita Bia Alves, foi a mais votada no município com 434 votos. “Sempre acreditei que para termos uma sociedade mais igualitária precisamos de mulheres ocupando cargo no poder. Por este motivo, me candidatei a vereadora. A única vereadora eleita em Capivari de Baixo, foi em 1997, e o município estava com aquele paradigma de que mulher não se elegia. Sempre contestei dizendo que a mulher tem mais zelo, mais atenção e mais cuidado, respeito e humanização. Não há quem duvide dessas virtudes presentes em nós mulheres”, assegura.

Segundo a vereadora eleita e bacharela em direito, o serviço público é uma análise singular de cuidar das pessoas, ter mais mulheres na política nunca foi tão necessário. “Fiquei muito feliz com o resultado. Vamos ter três mulheres no legislativo e uma no Executivo. Quero agradecer a Deus e a todos que me apoiaram, que torceram por mim e quero dizer que vou honrar os 434 votos de confiança. E vai ter mulher sim! ”, comemora.

Foram eleitas na Amurel: duas mulheres em Armazém, uma em Braço do Norte, três em Capivari de Baixo, uma em Grão-Pará, duas em Gravatal, duas em Jaguaruna, duas em Laguna, duas em Pescaria Brava, três em Rio fortuna, uma em Santa Rosa de Lima, duas em São Ludgero, duas em São Martinho, uma em Treze de maio e uma em Tubarão. Na Cidade Azul, uma mulher não ocupava uma cadeira há mais de 20 anos.

 

Falta diversidade também quando o assunto é cor ou raça

 

Além das mulheres, os negros também estão longe de uma representatividade proporcional nas câmaras e no Congresso Nacional. Na Amurel apenas sete negros foram eleitos. Braço do Norte, Capivari de Baixo, Jaguaruna, Laguna, Pescaria Brava e Tubarão.

Um público que representa 56% dos brasileiros, porém ocupa poucas cadeiras nos cargos públicos pelo país. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2018, apenas 19% da população de Santa Catarina se declara preta ou parda, porém nas eleições de 2016 apenas um dos 295 prefeitos eleitos era autodeclarado preto.

A população bravense elegeu dois homens negros, entre eles, o jovem Leandro Francisco, de 28 anos, que neste concorreu pela segunda vez a uma cadeira no legislativo. “ Acredito que, no decorrer dos últimos anos, houve uma tomada de consciência da população. Especialmente em 2020, esse ‘despertar’ tem se fortalecido, impulsionado por movimentos como ‘Vidas Negras Importam’, que chamou a atenção para o racismo e a violência policial. Além disso, as pessoas têm sentido na pele a necessidade de maior representatividade, o que não tem sido correspondido pelos políticos tradicionais: homens brancos, de meia idade, heterossexuais e de classe social abastada. Nesse sentido, também podemos incluir o aumento expressivo da eleição de candidatos jovens, mulheres, indígenas, moradores de periferias, LGBTQIA+ e tantos outros grupos historicamente marginalizados. Em suma, os eleitores querem ter a sua voz ouvida e buscaram os seus semelhantes para representá-los”, observa.

Em Braço do Norte, outro jovem também foi eleito. Diferente do candidato de Pescaria Brava, esta é a primeira vez que o braçonortense Allan Lopes Prudêncio, de 28 anos, concorreu ao legislativo. “Acredito que nos últimos anos as oportunidades têm aparecido em todas as áreas para todos. Não digo somente para os negros, mas para as classes mais baixas, o que inclui o público negro. As pessoas conseguiram oportunidades para estudar, trabalhar e isso fez com que os negros conseguissem ter mais representatividade muito pela qualificação”, pontua.

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