Dia Internacional da Mulher e Março Lilás – 5 coisas que toda mulher deveria saber sobre cada um dos tumores ginecológicos

Em março, duas datas importantes em relação ao público feminino. Neste mês, celebramos o Dia Internacional da Mulher (8) e o Março Lilás, dedicado à conscientização sobre o câncer de colo do útero, uma doença evitável, cuja erradicação no mundo até 2030 é meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas que ainda apresenta altos índices no Brasil, com a estimativa de mais de 16 mil novos casos/ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

“Cuidar da saúde está entre as melhores coisas que uma mulher pode fazer por si mesma e, para isso, é fundamental ter informação sobre seu corpo, doenças em geral e, principalmente, sobre aquelas que são exclusivas das mulheres , como câncer de colo de útero e os demais tumores ginecológicos”, afirma a oncologista clínica Andréa Gadêlha Guimarães, do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR), em São Paulo. Com a especialista, levantamos cinco pontos sobre cada um dos tumores ginecológicos – colo do útero, ovário, endométrio, vulva e vagina – que ela considera ser essencial a mulher saber.

Câncer de colo de útero

  • Essa doença oncológica pode acometer mulheres de todas as idades.
  • O câncer de colo do útero pode ser evitado e, até mesmo, erradicado. Uma das mais importantes medidas para isso é tomar a vacina contra o papilomavírus humano (HPV), principal fator de risco para doença. A imunização é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Além disso, disponível também para  mulheres imunossuprimidas de 9 a 45 anos e homens imunossuprimidos de 9 a 26 anos.
  • Para os que acreditam que vacinar contra HPV as crianças e adolescentes nas faixas etárias preconizadas pode incentivar o início precoce da vida sexual, há estudos científicos que comprovam que esta relação não é verdadeira. A imunização nessas faixas etárias é importante e considerada mais eficaz, já que é realizada  antes do contato com o vírus, ou seja,  antes do início da vida sexual.
  • Além da vacina contra HPV, outra arma importante na prevenção do câncer de colo de útero é a realização do exame preventivo. O exame do Papanicolaou (citologia cérvico vaginal),  tem o objetivo do diagnóstico e da prevenção, permitindo o tratamento precoce das lesões precursoras, aumentando as chances de cura, com tratamentos menos agressivos. A recomendação atual do  Ministério da Saúde no Brasil é que o Papanicolaou seja realizado anualmente a partir dos 25 ano, em mulheres que já iniciaram a atividade sexual.  E, após  dois exames negativos no intervalos de um ano, os próximos devem  ser realizados a cada três anos.  A partir dos 64 anos , o rastreamento com Papanicolaou pode ser interrompido em mulheres com dois exames negativos nos últimos cinco anos e sem antecedentes de patologias no colo do útero. Algumas recomendações nacionais e internacionais sugerem o teste de detecção do HPV associado ao Papanicolaou como forma de rastreamento em mulheres com 30 anos ou mais. Tal estratégia permite  aumentar o intervalo entre as coletas de três para cinco anos, quando ambos os exames forem negativos, mas, infelizmente,  o teste HPV ainda não está disponível como rotina na rede pública.
  • No caso de diagnóstico de câncer de colo do útero, se a mulher tem planos de ter filhos, é importante conversar com o médico sobre a questão da fertilidade. Dependendo da extensão da doença e do  tratamento indicado, pode comprometer a possibilidade de engravidar. Há alternativas que são discutidas caso a caso, que vão desde a preservação da fertilidade por cirurgias conservadoras até o congelamento de óvulos e embriões , antes do tratamento de radioterapia ou quimioterapia.

 Câncer de ovário

  • Não há método efetivo para prevenção da doença.
  • É considerado o câncer ginecológico mais difícil de ser diagnosticado. O exame Papanicolaou não diagnostica câncer de ovário.
  • São tumores cujo sintomas são inespecíficos. Por essa razão, a maioria dos casos acaba sendo descoberto com doença avançada.
  • Atenção para sinais como dor abdominal difusa, constipação, aumento do volume do abdômen, desconforto digestivo. Esses sintomas, podem na maioria das vezes estar relacionados a outras doenças que não o câncer de ovário, mas na persistência  merecem ser investigados.
  • Pode acometer mulheres de todas as idades, mas a incidência é maior em mulheres acima dos 40 anos

Câncer de endométrio

  • Endométrio é o tecido que reveste o interior do útero.
  • O câncer de endométrio pode acometer mulheres de diferentes faixas etárias. No entanto, é mais comum após a menopausa.
  • Entre os sinais de alerta para o câncer de endométrio estão: sangramento vaginal anormal (pós-menopausa ou entre os ciclos menstruais ou aumento do fluxo durante a menstruação); dor pélvica; sentir uma massa na região pélvica; perda de peso sem explicação.
  • O tratamento geralmente é  cirúrgico , mas  a depender da extensão da doença pode incluir  quimioterapia , radioterapia,
  • Hoje um dos principais fatores de risco para câncer de endométrio é a obesidade, assim o controle de peso é uma forma de preveni-lo.

Câncer de vulva

  • Vulva compreende a parte externa do sistema reprodutor feminino (lábios maiores e menores, clitóris, introito vaginal e glândulas de Bartholin, que ajudam a lubrificar a vagina durante o sexo).
  • Apesar de raro, merece atenção e a vacina contra o HPV ajuda a prevenir a doença.
  • Mulheres na menopausa têm maior risco para a doença porque nesse período pode haver diminuição da produção do estrogênio (uma condição natural do organismo para a maioria das mulheres) que contribui para atrofia da vulva, aumentando o risco para esse tipo de câncer.
  • Para saber se há algo diferente na vulva, a mulher precisa conhecer essa parte do corpo. E para isso, vale verificar a vulva regularmente com ajuda de um espelho. Assim, é possível verificar a presença de manchas, alteração da cor ou  crescimento visível  da pele, inchaços. Além disso, coceira persistentes e sangramentos fora do período menstrual também merecem atenção.
  • Todos esses sinais podem não ser de um câncer de vulva, mas merecem ser investigados pelo médico. Além disso, caso os sintomas permaneçam depois do tratamento indicado, volte ao médico que poderá encaminhá-la para um especialista.

Câncer de vagina

  • A vagina constitui o canal que se estende do colo do útero (parte inferior do útero) até a vulva (órgãos genitais externos).
  • Apesar de raro, merece atenção e a vacina contra o HPV também ajuda a prevenir a doença.
  • O câncer de vagina, em geral, não apresenta sintomas na fase inicial da doença. Na medida em que evolui, o sintoma mais comum é o sangramento vaginal, que pode ocorrer durante ou após a relação sexual, entre as menstruações ou após a menopausa. Também podem se manifestar por feridas   ou massas (tumorações) no revestimento da vagina ou corrimento vaginal anormal.
  • É muito importante manter a consulta anual ao ginecologista, assim como o exame de Papanicolaou. Isso porque, se for detectado sinais de células cancerígenas na vagina no exame físico ou por meio do Papanicolaou, o ginecologista poderá solicitar exames, como colposcopia e/ou biópsia, para confirmar o diagnóstico.
  • Quanto mais precoce for diagnosticado e tratado, maiores as chances de cura. 

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Fonte: SENSU Consultoria de Comunicação