Dia dos Cultos aos Orixás e das Religiões de Matriz Africana: Data é comemorada neste domingo

Em Tubarão, este será o primeiro ano que os adeptos a religião terão um dia no calendário do município.

Jailson Vieira
Tubarão

O último ano foi diferente para os seguidores da denominação de Matriz Africana, em Tubarão. Depois de muita luta para conseguir que o Projeto de Lei 87/2016, de autoria do vereador Paulo Henrique Lúcio, o Paulão (PT), o qual institui a data 23 de abril como Dia Municipal dos Cultos aos Orixás e das Religiões de Matriz Africana, e declara como patrimônio imaterial de Tubarão os cultos religiosos desta dominação fosse aprovada pelos legisladores e posteriormente promulgada pelo prefeito Olavio Falchetti (PT). Agora, enfim os adeptos poderão comemorar um dia e uma semana diferente em 2017.

O dirigente espiritual Marcelo Corrêa, afirma que de lá para cá muita coisa mudou e ressalta a importância da lei. “Hoje, as pessoas chegam para tirar dúvidas, conhecer um pouco da nossa religião, além de poder explicar e mostrar a cultura e crença dos negros e dos ancestrais, que lutaram pelo desenvolvimento do país”, esclarece o Babalorixá.

Conforme ele, neste domingo o dia será comemorado com o culto a Ogum (o orixá da guerra, da coragem, o protetor dos templos, das casas e dos caminhos). “Vamos celebrar no Reino de Xango, em São Martinho. E nos próximos dias ocorrerá a semana cultural no museu com debates interessantes sobre o tema. No ano que vem, queremos montar uma estrutura ainda melhor”, conta.

De acordo com Paulão, é importante que os seguidores da religião de Matriz Africana também tenham um dia para comemorar. “Já temos um ganho, poder comemorar e lembrar a data é importante. Infelizmente, a data e a falta de conhecimento não acabam com o preconceito, mas ajuda a reduzir a lacuna de informação”, enfatiza.

Antes de ser aprovada, em novembro do ano passado, a iniciativa tramitou na Câmara da Cidade Azul por quase cinco meses, e a decisão para a aprovação da lei era postergada, e muitos adeptos garantiram que foi devido à intolerância religiosa de alguns dos legisladores.