Dia do Orgulho Autista: “O Fernando realmente é especial. Não liga para coisas caras e escolhe os presentes pelo seu verdadeiro interesse e as pessoas pelo que são”, afirma a mãe e psicóloga Roberta Costa

Nesta quinta-feira (18) é celebrado o Dia do Orgulho Autista. A data é considerada importante para mudar a visão de quem não tem informações sobre o tema. Em Capivari de Baixo, a família do pequeno Fernando Costa, de 4 anos, passou por alguns desafios durante a busca do diagnóstico, no entanto, com muito amor, carinho e inspiração o menino vem se desenvolvendo.

A psicóloga e mãe do garoto, Roberta Costa, conta que o filho é uma criança pura, verdadeira. “Ele realmente é especial. Não liga para coisas caras e escolhe os presentes pelo seu verdadeiro interesse e as pessoas pelo que são e não pelo que elas possuem ou status. É amoroso e carismático. Porém, a sua dificuldade em comunicar o que precisa e o que sente afeta sua vida e a vida dos que convivem”, explica.

Ela destaca que autismo é uma deficiência nas questões do direito. É uma condição. É um transtorno do desenvolvimento que afeta a linguagem, comunicação e interação social. Normalmente apresenta também comportamentos restritivos ou estereotipados. “É de ordem genética, porém não hereditário. Ou seja, ocorre no desenvolvimento do sujeito desde a sua formação ainda no útero da mãe, no entanto, não passa de pai para filho. Ainda que seja comum ocorrer casos na mesma família”, cita.

A maioria dos autistas sofrem de comorbidades ou outras síndromes e isso agrava os prejuízos. Muitos são também hiperativos (TDAH), ou apresentam deficiência intelectual. Já outros se sobressaem e são chamados de auto funcionamento. Podem apresentar muitas outras comorbidades. Porém o autismo em si, é um transtorno do desenvolvimento que afeta a pessoa em pelo menos três áreas: comunicação, socialização e apresentação de comportamento restrito ou estereotipado.

Normalmente quando não diagnosticados, são confundidos com pessoas antissociais ou sem educação. E ainda, chamados de estranhos ou esquisitos. “Muitas vezes as crises do Fernando são angustiantes para ele e para os pais. E não é birra, não é chamar atenção, é sofrimento. É algo que ele não consegue comunicar e saber o que fazer. Recentemente as crises estavam terríveis, principalmente para dormir. Ao procurar uma dentista suspeitamos que ele pudesse estar com outro problema. Ela encaminhou para o otorrino e descobrimos que ele estava sofrendo por não conseguir respirar direito por conta do aumento da adenoide. Já levamos ao profissional e ele está com cirurgia marcada”, conta.

O objetivo do Dia do Orgulho Autista é mudar a visão negativa dos meios de comunicação quanto ao autismo, e também da sociedade em geral, passando o autismo de “doença” para “diferença”. Assegurar que as pessoas com autismo não são doentes, mas sim que elas possuem algumas características próprias que lhes trazem desafios e recompensas únicas, é a essência da comemoração.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) envolve atrasos e comprometimentos do desenvolvimento, seja da linguagem, seja no comportamento social. Os sintomas podem ser emocionais, cognitivos, motores ou sensoriais. O diagnóstico definitivo é dado após os 3 anos de idade, mas os sintomas podem ser observados antes disso e os cuidados podem ser iniciados de imediato.