Defesa Civil: caso catarinense serve de exemplo

Ricardo Wegrzynovski
Brasília*

As enchentes, a estiagem, os prejuízos da agricultura, do comércio e das famílias catarinenses, acentuados desde novembro do ano passado, quando o norte do estado literalmente foi varrido pela água da chuva, poderiam ter sido evitados se houvesse maior investimento em infraestrutura e na formação de uma eficiente política nacional de defesa civil.

Hoje, o caso de Santa Catarina serve de escola para o restante do país. No norte, muitas famílias continuam abrigadas em escolas. No oeste, não há água. Os recursos federais esbarram em burocracias. A falta de estrutura é reflexo também da falta de planejamento do governo federal e dos estados.
Entre as lições das catástrofes, a falta de um quadro efetivo de profissionais, recursos no orçamento geral da União e integração entre estados e municípios são algumas das metas a serem apresentadas pelo deputado federal José Carlos Vieira (DEM-SC) em Brasília. O parlamentar foi escolhido como relator da subcomissão permanente de Defesa Civil. Hoje, ele inicia o debate para mudanças no sistema nacional.

Vieira também diz que exigirá a previsão de recursos para a Defesa Civil no orçamento da União. “O tema é sempre tratado como exceção. Quando ocorrem calamidades, se faz uma medida provisória ou uma suplementação”, lamenta o relator. Apesar da disposição para promover ações práticas, o papel principal do parlamentar nas comissões da câmara é fazer um diagnóstico do setor em questão para proporcionar um novo rumo ao país no que diz respeito a obras e outros investimentos para evitar as recorrentes calamidades.
Para isso, Vieira acredita que o primeiro passo será melhorar o quadro de funcionários das defesas civis nos municípios e estados, além da criação de uma política nacional de Defesa Civil. “Não importa se a obra custa vários milhões. Prevenir é sempre mais barato”, defende Vieira.

* Da Central de Notícias Regionais/ADI, especial para o Notisul.