Danças típicas: A dedicação para que a cultura seja preservada

Wagner da Silva
Santa Rosa de Lima

O esforço para manter viva a tradição da dança alemã pode não trazer retorno financeiro, mas a beleza e o valor cultural não têm preço. Este é o trabalho desenvolvido pela Associação Grupo de Dança Alemã Wassertal Volkstanzgruppe, de Santa Rosa de Lima. O nome complicado significa Vale das Águas. Formada em 1999 pela professora Gilmara Wessler, a associação passou por períodos de instabilidades. Incentivados, na época, pelo ex-prefeito Bertilo Heidemann (PMDB), alguns casais realizaram cursos para dominar as coreografias.

Hoje, os 40 casais, sob a coordenação da pedagoga Cristiane Vandresen, reúnem-se semanalmente para ensaios. A repetição de cada passo é necessária porque o grupo transformou-se em uma “febre”: são muito requisitados para apresentarem-se na região. A prefeitura ajuda nos trajes típicos e no transporte do grupo, quando levam a cultura dos colonizadores de Santa Rosa de Lima para fora da cidade.
Para Cristiane, o mais importante de tudo é continuar o trabalho. “Gosto muito de ver todos aprendendo, desde as crianças até os idosos”, diz a pedagoga, em meio a suspiros. Entre as coreografias mais apresentadas estão a Münchner Polka, Linzer Polka, Weingartner Rheinlander e Sanderburger Doppélquadrille. “Emociono-me toda vez que nos apresentamos. Estamos até famosos. Tem vezes que surgem dois convites e precisamos optar”, diverte-se Cristiane.

Número de convites dificulta escolha por eventos

Atualmente, dentro da Associação Grupo de Dança Alemã Wassertal Volkstanzgruppe, de Santa Rosa de Lima, existem cinco grupos de danças: um da terceira idade (formado por 12 casais), um para adultos (seis casais), o grupo juvenil (oito duplas) e dois grupos mirins, formados por 14 parceiros. Todos atuam em eventos na região sul de Santa Catarina. “Nossas apresentações são gratuitas. Todos os casais atuam voluntariamente. A prefeitura de Santa Rosa de Lima fornece o transporte, quando necessário, e na maioria das vezes ganhamos um lanche, almoço ou jantar como retribuição de quem nos convida. O máximo é isso”, detalha a professora dos cinco grupos, a pedagoga Cristiane Vandresen.

Ela acrescenta que o retorno de todo este esforço é a divulgação do município. “Em todos os lugares, ajudamos a divulgar nossas raízes. É um trabalho de preservação e resgate da cultura que não pode ser mensurado”, pontua a professora, que revela dois “ingredientes” básicos para a realização do trabalho: disposição e um tempinho semanal para aprender.
As vagas para ingressar na associação estão abertas. As aulas são gratuitas. Interessados em saber mais sobre a dança alemã, ou casais que querem participar dos ensaios, devem entrar em contato com a professora Cristiane pelo telefone (48) 3654-0058.