Crise na prefeitura: Redução de salários dos vereadores é pedida

Wagner da Silva
Braço do Norte

O vereador Cleber Manoel da Silva (PP), de Braço do Norte, votou com a oposição na aprovação da Lei Complementar nº 003/2009, de autoria do vereador Salésio Meurer (PSDB). O texto altera a lei 085/2009 e solicita a redução, em 20%, do salário do prefeito, vice, secretários, e funcionários em cargo comissionados ou de confiança, desde que a mudança estenda-se ao repasse para o legislativo.

Na próxima segunda-feira, Cleber apresentará o projeto de lei para que a redução, com mesma porcentagem, seja imposta também aos vereadores. Hoje, os legisladores de Braço do Norte possuem um dos melhores salários da região, recebem R$ 3,5 mil por mês. Mesmo com a diminuição – o valor ficaria em R$ 2,8 mil – o salário continuará como um dos mais altos da região. O valor das diárias (R$ 520,00) não será alterado.
No caso do repasse do município à câmara, que chega a aproximadamente R$ 130 mil mensais, a economia será de R$ 26 mil por mês. Ao longo do ano, seriam R$ 300 mil a menos. “Representamos a comunidade e este dinheiro pode ser destinado em contrapartidas de obras e outros investimentos importantes”, contabiliza Cleber.

O vereador, que votou favorável à redução dos salários de regentes de classe e diretoras, acredita que a administração passa por momento delicado. “Não gostei de ter votado pela redução dos salários dos educadores, mas agora votarei para reduzir outros setores desde que isso também valha aos nossos salários (dos vereadores), pois acredito que esta decisão é a correta”, pondera Cleber.

Vereador Salésio Meurer é contra a redução

Para o vereador de oposição Salésio Meurer (PSDB), o salário dos legisladores não deve ser alterado. Ele defende que o repasse à câmara seja reduzido após o pagamento da sede própria, adquirida no fim do ano passado. Parte do valor gasto (R$ 450 mil) foi parcelada em nove meses. “Outros cortes devem ser feitos somente em conformidade com a lei”, antecipa Salésio.
Ele considera que não há crise no legislativo e que várias economias, com diárias e outras contenções, são feitas para colaborar com a administração. “Não tem o que mexer no repasse da câmara. Já fazemos nossa parte. Economizando em diversas áreas”, argumenta.

Para ele, o legislativo compensou a administração quando doou os três terrenos adquiridos para a construção da sede própria. “Avalio que o legislativo está com crédito junto à administração. Os três terrenos podem ser utilizados para a construção da sede da prefeitura. Isto geraria grande economia, já que não seria mais preciso dispensar recursos com aluguel, como ocorre hoje”, pontua Salésio.
O vereador enfatiza que houve aumento na arrecadação e que a prefeitura já equilibra os cofres. Por conta disso, considera que não há necessidade de reduzir nem mesmo os salários dos regentes de classe e diretores. “A economia e a redução dos salários do prefeito, vice e dos cargos comissionados e de confiança alcançaram os números necessários para o município sair do vermelho. Não há necessidade de sacrificar os educadores”, analisa Salésio.