Coronavírus em SC: ‘Se for preciso fazer retomada de restrições será feita novamente’

Liliane Dias
Florianópolis

 

O governo de Santa Catarina atualizou nesta segunda-feira (13), os números da pandemia no Estado e reforçou a importância das medidas de segurança para o combate ao coronavírus. “A estimativa é de que até junho vamos conviver com a situação se agravando”, explica o governador Carlos Moisés na coletiva.

Até o momento da entrevista, havia no mundo 118 mil casos confirmados de coronavírus, no Brasil 1.328, em Santa Catarina 826 positivados e 26 mortes. Também foram informados os números de casos recuperados. Até a tarde desta segunda-feira, o governo teve 99 pacientes com alta das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) transferidos para leitos de enfermaria. Permanecem nas UTIs 105 e destes 76 pacientes utilizam ventiladores.

Ao todo, 85 municípios têm pelo menos um morador com confirmação de infecção por coronavírus. Entraram para a lista Capivari de Baixo, Ipumirim, Rio do Sul e Treze de Maio. O secretário de Estado da saúde, Helton Zeferino, explica que existe a opção de usar rede privada e as negociações estão avançando.

Com relação ao comportamento das pessoas com a liberação do comércio, Zeferino reforça que as coletas de exames e o acompanhamento da polícia do Estado ajudarão no direcionamento do comportamento do vírus e poderá embasar as condutas futuras ao território catarinense. “Ideia não é trabalhar com fechamentos, mas em adequações dos estabelecimentos. Utilizar um ambiente da forma mais rápida possível. Não é porque um lugar está aberto que significa que as pessoas devam ir lá”, constata.

Questionado sobre a expectativa com relação ao comercio, Moisés explicou que o objetivo é de que se tenha efetivamente um convívio responsável. “Se for preciso fazer retomada de restrições será feita novamente”, alerta. Ele explica que com um comportamento social adequado um indivíduo conseguirá ir e vir sem trazer o vírus para dentro de sua casa.

Porém, as reuniões de públicos permanecerão proibidas. “Reunião de público, evento, transportes, aglomeração de pessoas e até mesmo centros comerciais. Até porque não tem como se ter o controle. Aqui não houve toque de recolher, se não despertarmos para o convívio sociável continuaremos transmitindo vírus mesmo em confinamento”, avalia o governador.

 

Convívio responsável

O governador explica a importância de que o contagio seja gradual. “Esse ano não temos escolha, não temos outra saída senão encarar esse desastre que se aproxima e preparar a estrutura. É um desafio para o governo, porque as pessoas precisarão ter contato em algum momento com o vírus, uma parcela da população precisa se manter longe do vírus como diabético, idoso, obesos e outros do quadro de risco”, alerta.

Trazer os cuidados para o seu dia a dia e dobrar a vigilância. “Por isso se fala em convívio responsável, se tivéssemos alguma vacina ou medicação que responda a altura ao vírus, a postura seria outra. Na ausência de uma vacina a natureza faz o seu trabalho para adquirirmos imunidade. Em algum momento vamos entrar em contato com vírus e esperamos que seja de forma lenta. A maioria terá condições de produzir defesa, mas uma parte será atingida de forma mais severa”, ressalta.