Comunidade reivindica posto da polícia ambiental

Amanda Menger
Jaguaruna

Combater a degradação da natureza em Jaguaruna é o objetivo do Grupo de Trabalho do Meio Ambiente do Fórum das Entidades Sociais do município. Para isso, a intenção é instalar um posto da Polícia Militar Ambiental na cidade. Os voluntários já organizaram um abaixo-assinado que será enviado dentro de algumas semanas ao comando da 8ª região da Polícia Militar, com sede em Tubarão.

“Temos observado a destruição do meio ambiente aqui em Jaguaruna. As pessoas fazem denúncias, mas falta estrutura para os órgãos públicos. Acreditamos que, com um posto da polícia ambiental aqui, ficaria mais fácil fiscalizar e até coibiria os casos”, avalia José Cedenir Meneghel, coordenador do GT de Meio Ambiente.
A idéia de criar o GT surgiu no 1º Fórum das Entidades Sociais de Jaguaruna, realizado em agosto pela Cáritas Diocesana. “Desde então, temos nos reunido e debatido os problemas do município na área ambiental e resolvemos fazer diversas ações. Uma delas é esse abaixo-assinado”, revela José.

Entre as outras atividades, está a de incentivar as denúncias. “Isso pode ser feito pelo e-mail movimentoecologicoupi aribi@hotmail.com. Nós recebemos as denúncias e fazemos o encaminhamento junto aos órgãos competentes. A cada três meses, queremos fazer um relatório com balanço das denúncias e das providências”, conta José.

Polícia ambiental
Segundo o tenente-coronel Cosme Manique Barreto, da 8ª região da Polícia Militar, a mobilização da comunidade é importante. “É bom que os moradores estejam unidos e lutem pelos interesses do lugar onde vivem. Mas para que seja instalada uma nova companhia ou batalhão da Polícia Ambiental é preciso um estudo de viabilidade técnica para justificar uma nova estrutura”, observa.

Restinga e dunas são alvos de degradação

As restingas, terreno arenoso e salino, próximo ao mar e coberto de vegetação rasteira é um dos ecossistemas encontrado no litoral catarinense. Em Jaguaruna, contudo, a degradação ambiental tem atingido também esse bem natural.
“No balneário Arroio Corrente, a restinga norte está perdida. Na parte sul, após o Mariscão ainda há chance de salvar e vamos concentrar nossos esforços nisso”, aponta José Cedenir Meneghel, coordenador do Grupo de Trabalho de Meio Ambiente do Fórum das Entidades Sociais de Jaguaruna.

A degradação é causada pelo plantio de casuarinas e do depósito de lixo no local. “A casuarina não é uma espécie nativa. Ela mata a vegetação próxima e isso causa um desequilíbrio ecológico. Nas restingas, encontramos ninhos de corujas e também de tucu-tucu, uma espécie de roedores, e eles estão ameaçados de extinção, não tem mais abrigo e nem alimentos”, explica José.

Outra preocupação dos moradores é a água das lagoas do Camacho e do Arroio Corrente. “A lagoa do Arroio Corrente fornece água para o município todo e é comum ver o gado pastando e defecando próximo à lagoa. Além disso, as pessoas costumam jogar lixo na beira da lagoa. No Camacho, há discussão sobre a extração de minerais e se isso influencia na pesca do camarão”, aponta.

Para combater esses problemas, o GT aposta na conscientização ambiental. “Queremos fazer palestras em escolas, associações de bairros, elaborar uma cartilha e fôlderes chamando a atenção para a preservação ambiental. Não adianta lamentarmos depois que ocorreram as catástrofes ambientais. Temos que cuidar antes que eles aconteçam”, propõe o coordenador.