Combustíveis e passagens aéreas puxam deflação em abril, mostra índice da Udesc Esag

A queda forte nos preços relacionados aos transportes durante o mês de abril compensou aumentos de outros itens e deixou a inflação praticamente estável, com leve queda (-0,05%) para os consumidores de Florianópolis. No conjunto, os produtos e serviços de transportes caíram -3,78%, puxados principalmente pela redução dos preços dos combustíveis para automóveis e das passagens aéreas.

Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da Fundação Esag (Fesag). O boletim mensal de abril foi divulgado nesta segunda-feira. Em 12 meses, o índice acumulado de inflação está em 2,88%.

Transportes

Os preços dos combustíveis para automóveis, que já vinham de uma redução em março (-2,72%), despencaram quase 11% em abril. No caso das passagens aéreas, o tombo foi ainda maior (-14,8%). Mas só dois dos grupos de preços que compõem o Índice de Custo de Vida apresentaram queda nos preços. Além dos transportes (-3,78%), houve redução nos itens de vestuário (-0,42%).

Alimentos

Os alimentos tiveram uma alta geral nos preços de 1,62%. Diferente dos meses anteriores, quando as refeições em restaurantes e lanchonetes vinham puxando os aumentos, desta vez foram os produtos comprados no supermercado que subiram mais: 2,52%, contra 0,16% de alta na alimentação fora de casa.

Os preços que mais subiram foram os dos tubérculos, raízes e legumes (36,3%), cereais, leguminosas e oleaginosas (13,8%), leite e derivados (8,4%) e hortaliças e verduras (5,6%). A cebola-de-cabeça praticamente dobrou de preço em abril (alta de 97%) e a batata inglesa subiu 61%. Ambos estão na entre-safra, o que faz o preço subir. O leite longa vida, que tem sofrido pressão nos custos, teve amento de 16%. Os preços das carnes tiveram uma pequena redução (-0,68%).

Outros preços

Além dos alimentos, houve alta nos preços relacionados a habitação (0,29%), artigos de residência (1,91%), saúde e cuidados pessoais (0,37%), despesas pessoais (0,92%) e educação (0,93%). Os preços dos serviços de comunicação ficaram estáveis.

Sobre o Índice de Custo de Vida

O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 30 de abril.

A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag), na atualização das ferramentas utilizadas.

Mais informações podem ser obtidas em udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os boletins mensais (desde 2010) e as séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.