Com a faca e o suíno na mão

Zahyra Mattar
Braço do Norte

Historicamente, com a proximidade das festas de fim de ano, aumenta o consumo de carne. O embaixador do Natal é o peru, mas muitos começam a buscar novas experiências gastronômicas e partem para o lombo ou o pernil suíno, por exemplo.
Na cadeia produtiva, este aumento no consumo reflete no acréscimo de vendas e melhores preços, momento de aposta em muitos setores. Com estas possibilidades, no caso da suinocultura, os produtores, este ano, têm o que comemorar.
O ano passado foi de incertezas e este de organização da casa. O próximo, prevê o presidente regional da Associação Catarinense de Criadores de Suíno (ACCS), Adir Engel, será de retomada.
 

“A grande expectativa gira em torno da abertura do mercado internacional à carne brasileira. Especialmente os Estados Unidos. Eles são altamente rigorosos. Então, se passamos por eles, seremos, com certeza, bem recebidos em mercados ainda mais promissores como a China, o Japão e a União Europeia”, otimiza Engel.
Em 2009, o consumo diminuiu em mais de 20% somente em Santa Catarina. Com isso, o produtor penou e muitos chegaram a pensar em desistir da atividade. O preço do quilo suíno (para os criadores), na região, oscilou entre R$ 2,10 e R$ 1,50. Agora, o setor volta a se animar.
 

O custo da produção estacionou em aproximadamente R$ 2,10 o quilo desde abril deste ano e o quilo do suíno passou de R$ 2,30 para R$ 2,60, o melhor preço pago desde o fim de 2008. O aumento no consumo também tem um motivo. A carne bovina, preferência do brasileiro, teve aumento de até 20% no preço em setembro. Com isso, os consumidores partiram para outras alternativas, como o suíno e o frango.

Estado é destaque no país

Santa Catarina reúne, atualmente, 12 mil suinocultores. O Vale de Braço do Norte concentra 45% dos produtores independentes e é responsável por 18% da produção do estado. Além disso, a produção do Vale é considerada uma das melhores do país, tanto pela qualidade da carcaça quanto pelas regras sanitárias, uma das mais rígidas do país.

Produto saudável

• A proteína suína atende com tranquilidade todas as exigências científicas, que estabelece uma ingestão máxima de 300 miligramas por dia de colesterol. A ingestão de 100 gramas de lombo suíno, por exemplo, apresenta apenas 72,8 mg de colesterol, menos de 25% do total permitido.
• Outra curiosidade é o fato de a carne suína ser indicada para os hipertensos. Isso porque, quando comparada às outras carnes, apresenta um menor nível de sódio, mineral responsável por acentuar a hipertensão. Enquanto o lombo suíno possui 58 mg de sódio em cada 100 gramas, o filé mignon e o peito de frango sem pele possuem, respectivamente, 61 mg e 74 mg.