Cirurgia inédita feita no Brasil recupera cão com cinomose em 48h

Uma cirurgia inédita, feita no Brasil, recuperou em menos de dois dias um cãozinho com cinomose, doença de alto risco que atinge principalmente cães filhotes. O filhotinho passou pelo procedimento no Recife e os resultados foram surpreendentes.

 

O cão em situação de rua, diagnosticado com o vírus, tem 4 meses. Ele foi resgatado por um casal e ganhou o nome de Malte.

Devido ao alto grau de debilidade do bichinho, foi considerada a possibilidade de eutanásia por médicos, mas o veterinário Magno José Gonçalves apresentou ao casal a possibilidade de fazer a cirurgia inédita com o uso de células-tronco.

Eles toparam e o cachorro, que estava desorientado por causa da doença, 48 horas já estava andando, comendo e reconhecendo as pessoas.

Como

O veterinário explicou que a cirurgia foi realizada no cérebro do cachorro. “Hoje o procedimento normalmente é realizado por células-tronco por via sistêmica, então não há um direcionamento ideal para o tecido lesionado. No caso de Malte, a gente identificou a lesão no cérebro e injetou 6 milhões de células in loco, ou seja, no local da lesão, o cérebro”, disse Magno Gonçalves.

A cirurgia do cachorro adotado pela arquiteta Mel Sobral e o companheiro foi considerada de sucesso. Menos de 48 horas depois, Malte já conseguia caminhar, alimentar-se e reconhecer as pessoas.

“Quando a cirurgia é feita por via sistêmica é preciso entre três e quatro aplicações, uma por mês, para conseguir chegar a um resultado”, explicou o veterinário responsável pela cirurgia – que já é estudada há cerca de sete anos.

Mel Sobral, que adotou o cão, disse que a escolha de tentar o novo procedimento foi acertada. “Não entrava na minha cabeça devolver o cão para rua ou eutanasiar sem tentar tudo”, disse, emocionada.

A cinomose

A doença pode atingir vários órgãos, inclusive com chances de atuar em todo o organismo. A cinomose é causada por um vírus muito resistente a ambientes secos e frios, sendo sensível ao calor e luz solar, por exemplo.

A doença pode matar filhotes, mas os adultos, caso não estejam vacinados, também podem se contaminar.