Chuvas: Moradores aproveitaram o dia para limpeza

Priscila Alano
Tubarão

Após dois de chuvas intensas e o susto ao ver as águas subirem rapidamente, os moradores de Tubarão começaram a limpar as casas. Em muitos locais, a água ainda não havia baixado ontem, e preocupa a população com a proliferação de doenças, como a leptospirose.

A dona de casa Clotilde Esser, moradora da rua Simeão Esmeraldino de Menezes (entre a rodoviária e o bloco da saúde, na Unisul), no bairro Dehon, mal esperou o tempo firmar para começar a limpeza em casa. Faltou pouco para a água entrar na residência, os carros foram levados para a casa de parentes. “Ficamos apreensivos, depois que começaram as obras da duplicação, há dois anos. Quando chove, é sempre este problema, não tem como escoar a água, que invade as casas”, desabafa ela.
O aposentado Alcides Lima, morador na rua Pio XII, também no bairro Dehon, tirou o dia para limpar as calçadas. Ele mora no local há 25 anos e nesta semana foi a primeira vez que presenciou a água invadir o seu lote.

A dona de casa Maria Helena Vieira, moradora do loteamento Maurício, no bairro Andrino, estava preocupada, pois a água ainda tomava conta do seu pátio. “Ontem (quarta-feira), ficamos ilhados e, com medo, pois choveu muito e, em pouco tempo, não tínhamos como sair de casa”, lembra Maria Helena.

Aulas normais
As redes estadual e municipal de educação nos municípios da Amurel retornam às aulas hoje. As atividades foram suspensas ontem em função das chuvas.

Precipitação foi a metade da enchente de 74
O volume de chuva registrado nos últimos dias foi menos da metade da quantidade que ocasinou a enchente de 1974. Na época, segundo o climatologista Rafael Marques, de Tubarão, choveu 515 milímetros. Nesta semana, 188,2 mílimetros foram registrados.

Da repórter

Zahyra Mattar
Tubarão

Moro na rua Simeão Esmeraldino de Menezes (aquela asfaltada em frente à rodoviária, que dá acesso ao bloco da saúde, na Unisul), no bairro Dehon. As obras de duplicação da BR-101 mudaram as características de escoamento da água. Além disso, a falta de um bom sistema de drenagem na avenida Padre Geraldo Spettmann contribui para a região toda inunde quando chove muito forte.

Meu prédio fica cerca de dois metros acima do nível da rua e, quarta-feira pela manhã, a água já era tanta que não conseguimos nem tirar o carro da garagem. Ao meio-dia, não dava mais para ir até o portão de entrada.

Resultado: eu e meu marido ficamos ilhados, e não conseguimos sair para trabalhar. Minha impressão é que toda a água acumulada da cidade passa pela minha casa antes de ir para o rio. Ao meio-dia de ontem, em vez de diminuir, o nível de água ainda subia aqui. Resultado: mais um dia em prisão domiciliar. Mais ou menos às 17 horas, já dava sinais de melhora. Espero que eu conseguir sair de casa hoje. Tomara!