Centro de Zoonoses: Uma questão de saúde pública

As 2ª e 3ª etapas da construção do Centro de Controle de Zoonoses de Tubarão, no bairro Monte Castelo, iniciou no mês passado. Assim que estiver tudo concluído, os animais de rua e os abrigados pelas cuidadoras poderão receber tratamento no local.

Por enquanto, nove baias são divididas por 50 cães que pertenciam a uma cuidadora e foram retirados por ordem judicial. “Ainda não começamos os trabalhos porque não temos a estrutura completa”, explica a veterinária responsável pelo centro, Carla Jovania Pereira.

A construtora responsável pela obra, Madecril Madeiras e Construções, de Capivari de Baixo, efetua a limpeza do terreno. Serão 729 metros quadrados de área construída. O local terá capacidade para até 300 cachorros. Haverá também um gatio e dois estábulos para animais de grande porte, como cavalos e bovinos.

A obra prevê uma área administrativa, uma sala de procedimentos, recepção, consultórios, sala de cirurgia e de eutanásia, banheiros e outras dependências para os funcionários (copa, cozinha, lavanderia), depósito, farmácia e sala de esterilização.

O projeto do canil prevê o tratamento de animais doentes, esterilização e disponibilizarão dos bichinhos para a adoção. Não será realizado extermínio de cães, exceto se estiver com doença grave ou sofrer acidente que não deixe chances de recuperação.

Uma parceria foi firmada com o curso de medicina veterinária da Unisul. Os acadêmicos e professores oferecerão consultas para animais de famílias de baixa renda.

Visitas a outros Centros
Para o desenvolvimento do projeto do Centro de Controle de Zoonoses, a veterinária da prefeitura Carla Jovania Pereira visitou pelo menos seis centros de outros municípios. A ideia é basear-se nos modelos que deram certo e adaptá-los para Tubarão.

Contra o abandono
O trabalho desenvolvido pelo canil não será apenas de controle do número de animais, como também de educação. A veterinária responsável pelo centro, Carla Jovania Pereira, explica que o projeto ainda está em desenvolvimento, mas a ideia é visitar escolas, com o objetivo de levantar a bandeira contra o abandono. “As pessoas têm que ter consciência de que hoje um cachorro pode durar até 20 anos”, explica a veterinária.

Os tubaronenses precisam ter consciência de que o canil municipal não será um abrigo onde as pessoas podem abandonar os animais. A proposta visa tratar os bichos e colocá-los para a adoção.

Vacina contra a raiva
No ano passado, mais de 300 pessoas foram mordidas por cachorros em Tubarão. A maioria dos cães tinha dono, mas alguns moravam na rua. Além da enorme quantidade de bactérias que vivem na boca de cachorro que podem causar uma infecção, há o risco de contrair o vírus da raiva, que pode levar à morte.

O setor de Vigilância Epidemiológica da prefeitura monitora todas as pessoas que foram atacadas. A primeira medida que deve ser tomada ao ser mordido é procurar a Vigilância Epidemiológica do município, localizada na secretária de saúde da prefeitura, ou uma unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF).

Em seguida, o animal é localizado e monitorado por dez dias por funcionários da vigilância. Caso, apresente sinais de raiva, é sacrificado. Já a vítima recebe uma injeção para impedir a manifestação da doença. Mesmo quando o cão não é encontrado, a pessoa é obrigada a receber a medicação.

Humaitá, Centro e Oficinas são os bairros onde mais ocorrem as mordidas. Em Tubarão, não houve casos de raiva no ano passado.