Caso Marielle: ‘Executor era um exímio atirador’, diz promotora sobre PM reformado preso

As promotoras que participaram da força-tarefa que prendeu dois suspeitos de matar Marielle Franco e Anderson Gomes destacam a habilidade de Ronnie Lessa, PM reformado apontado como o autor do crime. “O executor era um exímio atirador”, afirma Letícia Emile Alqueres Petriz, do MPRJ.

O “Fantástico” deste domingo mostrou imagens inéditas de Lessa. O denunciado aparece em um estande de tiro, treinando. “Você observa que ele tem a capacidade de fazer vários tiros em pouco tempo e todos agrupados. Se ele escolhe a cabeça, ele faz os tiros agrupados na cabeça”, comentou a promotora Simone Sibílio.

Em outro vídeo exibido, Lessa aparece caminhando de bermuda, o que deixou visível sua prótese – o PM reformado foi vítima de um atentado a bomba em 2009. “Informações do submundo nos trazem essa característica. Ele ter perdido a perna o levou a se especializar em atirar dentro do carro”, explicou Letícia.

“O executor era um exímio atirador porque ambos os carros estavam em movimento”, destacou a promotora.

No dia 14 de março de 2018, o Cobalt prata clonado onde, para a polícia, Lessa e Élcio Queiroz estavam emparelhou com o carro de Marielle, que foi alvejada no banco de trás. Foram 13 tiros no total.

Braço analisado

Uma das poucas pistas deixadas pelo PM reformado, segundo o MP, foi quando Lessa apoiou o braço no encosto do Cobalt. “A forma do braço, a musculatura; ela apresentava uma compatibilidade com o tipo físico, morfologia, formato”, esclarece a promotora Elisa Fraga.

Essa imagem foi comparada com a de Lessa atirando no estande – daí a similaridade.

Lessa, Élcio e Alexandre Motta seguem presos em Bangu 1. A dupla denunciada aguarda transferência para um presídio federal. Já o homem preso com 117 partes de fuzil – que seriam de Lessa – em casa passou mal na noite de sábado e solicitou atendimento médico. Ele foi diagnosticado com crise de ansiedade.