Caso Isabella Nardoni: Polícia quer colocar casal na cena do crime

São Paulo (SP)

A polícia tem certeza de que ninguém além de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá esteve no apartamento deles na noite do assassinato de Isabella de Oliveira Nardoni, dia 29 de março. Colocá-los na cena do crime é o objetivo dos peritos do Instituto de Criminalística (IC) e das investigações do 9º Distrito Policial (Carandiru).

Nenhuma das testemunhas ouvidas até agora relatou a presença de pessoas estranhas na noite de 29 de março. A perícia constatou que não há sinais de arrombamento ou invasão no prédio. Além disso, os policiais têm certeza de que o pai e a madrasta de Isabella estavam no apartamento pelo menos dez minutos antes de a menina ser atirada pela janela. Isso é confirmado pelos depoimentos de testemunhas que ouviram o casal brigar.

Os peritos já sabem que a pegada encontrada no lençol de uma das camas do quarto de onde Isabella foi jogada é compatível com o solado de um calçado achado na casa. Eles aguardam apenas o teste de DNA na blusa e na calça da madrasta para ter a certeza de que ela estava na cena do crime quando a menina foi espancada e asfixiada.

As testemunhas ouvidas pela polícia afirmaram que em momento nenhum a madrasta se aproximou de Isabella enquanto a menina estava desfalecida no gramado – uma delas observou que Anna Carolina parecia agir com frieza.
Se o sangue nas roupas for de sua enteada, isso significaria que ela estava presente no apartamento durante o espancamento. Na quarta-feira, os dez peritos do IC, que se dedicam ao caso, vão reunir-se para começar a elaborar o laudo conjunto sobre a dinâmica do crime.
Habeas corpus

A decisão final sobre a liberdade concedida a Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina, deverá sair somente na próxima terça-feira. Os dois ficaram presos entre os dias 3 e 11 deste mês e soltos sexta-feira, quando o desembargador Caio Canguçu de Almeida concedeu o habeas corpus aos dois em caráter liminar. A decisão é temporária e deve ainda passar pelo crivo de outros dois desembargadores. Caso eles votem contra, o casal pode voltar para a cadeia.