Autoestima é resgatada com tatuagem

Sensibilizada com  as experiências de mulheres, Tayse faz o trabalho gratuito -  Foto:Luana Mendes/Divulgação/Notisul
Sensibilizada com as experiências de mulheres, Tayse faz o trabalho gratuito - Foto:Luana Mendes/Divulgação/Notisul

Capivari de Baixo

Durante o tratamento do câncer de mama, algumas mulheres são submetidas a um processo cirúrgico chamado mastectomia, que consiste na remoção de um ou ambos os seios, parcial ou completamente. A decisão pelo procedimento é feita com base em diferentes fatores, incluindo agressividade do câncer e tamanho da mama. Um montante considerável de pacientes que realiza a mastectomia fica com cicatrizes e, em alguns casos, sem o mamilo, o que pode abalar a autoestima dessas mulheres.

Com a cabeleireira Marlene Cardoso, 56 anos, a situação foi um pouco diferente. Diagnosticada com câncer nos dois seios, aos 47 anos, não ficou abalada e nem entrou em depressão com a doença. “Sempre fiz os exames preventivos e os laudos apontavam microcalcificação benigna. Quando fui fazer uma cirurgia estética para colocar prótese de silicone,  os médicos descobriram a doença, viram que não tinha condições e já encaminharam o material para análise e tudo mudou”, conta.

Marlene ficou careca, fez quimioterapia e sempre levou a doença de forma natural. “Minha avó e minha tia tiveram. Enquanto fazia o tratamento, também foi diagnosticado em minha mãe nos dois seios, então eu tinha que dar exemplo”, destaca. Após nove anos, ela descobriu na internet o trabalho que Tayse Felippe realiza em Capivari de Baixo – o procedimento voluntário de refazer a aréola, por meio de tatuagem, em mulheres que tiveram câncer de mama.

O resultado
“Chorei muito ao ver o resultado final. A emoção foi muito grande e hoje me sinto mulher novamente”, desabafa Marlene. Tayse trabalha com sobrancelhas há mais de dez anos e há sete é formada em micropigmentação, estética e paramédica. “Os procedimentos de aréola faço de forma voluntária, pois é uma grande alegria devolver à mulher a sua feminilidade e autoestima. A Marlene, por exemplo, passou por 12 cirurgias e quando ela se olhou no espelho foi uma grande emoção… Choramos juntas”, revela.
Para fazer o desenho, Tayse mede a proporção dos seios e seleciona pigmentos que vão dar a sensação de realidade ao trabalho final. Ela se especializou na técnica para que o resultado ficasse bom. “Os pigmentos são o mais importante, é isso que dá a realidade”, explica.

Quem pode fazer
Para fazer o procedimento nas mamas, a mulher não pode estar passando pelo processo de quimioterapia ou radioterapia, e a pele precisa estar completamente cicatrizada, sem irritabilidade e hipersensibilidade. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (48) 3623-5892 e 9927-8848.