Atletas brasileiros conseguem deixar a Ucrânia

No Instagram, Bill escreveu que ama a Ucrânia e pediu orações "para a população, para os colegas do clube e para todos que tentam deixar o país neste momento de terror” - Foto: Instagram | Reprodução

A saga dos atletas brasileiros que tentam deixar a Ucrânia em meio à invasão militar russa chegou ao fim para alguns, mas ainda muito complicada para outros. Neste domingo (27), o lateral Busanello (ex-Chapecoense) e os atacantes Felipe Pires (ex-Palmeiras) e Bill (ex-Flamengo), todos jogadores do Dnipro-1, chegaram ao Brasil. Os dois primeiros desembarcaram em São Paulo e o terceiro no Rio de Janeiro.

O trio, que saiu da cidade de Dnipro (a 446 quilômetros de Kiev), iniciou a viagem de volta após cruzar a fronteira com a Romênia, no sábado (26). Eles percorreram a maior parte do caminho de carro, mas tiveram de andar um trecho a pé. “Graças a Deus estou em casa com a minha família. Agora é ficar tranquilo, descansar mentalmente e fisicamente, porque foi muito desgastante. Uma coisa que será difícil de esquecer. Agora é torcer para as outras famílias saírem o mais rápido possível de lá e acabar esse pesadelo”, escreveu Felipe Pires em seu Instagram.

O grupo com jogadores de futebol de Shakthar Donetsk e Dínamo de Kiev, e os respectivos familiares, que estava no bunker de um hotel de Kiev, deixou a Ucrânia neste domingo, após uma viagem de trem até a cidade de Chernivtsi (a 535 quilômetros da capital), iniciada no sábado. De lá eles seguiram até a fronteira com a Moldávia, onde uma parte ficou e a outra foi para a Romênia, para retornar ao Brasil. Entre os atletas estão nomes como o meia Pedrinho (ex-Corinthians), o zagueiro Marlon (ex-Fluminense) e os atacantes David Neres (ex-São Paulo) e Júnior Moraes (ex-Santos). Todos do Shakthar, que tem 13 jogadores brasileiros no elenco. Júnior Moraes, inclusive, tem nacionalidade ucraniana e já defendeu a seleção do país. 

Eles devem conseguir deixar o local na segunda-feira (26) e têm relatado, nas redes sociais, o medo com as explosões registradas em Kiev. Outros atletas também tentam deixar a Ucrânia. Caso do lateral Juninho (ex-Salgueiro-PE) e dos atacantes Cristian (ex-Brasil de Pelotas) e Guilherme Smith (ex-Botafogo). Eles defendem o Zorya, de Lugansk, que é uma das regiões separatistas da Ucrânia. Segundo o relato dos jogadores pelo Instagram, eles atravessaram o país, de Zaporizhzhya (leste) a Lviv (oeste), e caminharam 60 quilômetros em direção à fronteira com a Polônia, mas foram barrados cerca de quatro quilômetros antes do destino. O grupo passou a noite na estrada, no frio, esquentado por uma fogueira.

“A melhor decisão foi voltarmos para Lviv, onde vamos ver o que fazer para tentarmos sair novamente. Estava muito difícil lá, muito frio e previsão é de neve. Estamos em um hotel que a Embaixada [do Brasil] arrumou e aguardamos para saber para onde vamos”, afirmou Juninho pelo Instagram, onde também compartilhou um vídeo com o filho, que o acompanha na tentativa de fuga da Ucrânia, junto da esposa, Vitória. Segundo a Embaixada, cerca de 500 brasileiros moram na Ucrânia. Na quinta-feira (24), quando iniciou a invasão russa, a instituição informou que tem orientado os cidadãos para que deixem o país.

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