Astra: Local não reabre no próximo ano

Wagner da Silva
Braço do Norte

Nem a diretoria da Associação Anselmo Tramontin (Astra) de Braço do Norte acredita na reabertura da instituição no próximo ano. A entidade que tratou, por cerca 12 anos, da ressocialização de dependentes químicos está praticamente fechada há seis meses e não há perspectiva de que volte às atividades normais.

O problema está na falta de interesse dos municípios em realizar o convênio para manter a estrutura de profissionais, afirma o presidente Aron Voss Uliano. Desde que os repasses municipais deixaram de ser depositados, a diretoria decidiu por demitir os funcionários, já que não tinha como pagar os salários. Apenas um, que faz a manutenção do patrimônio, permaneceu.

Desanimado, Aron diz que não consegue mais vislumbrar a reabertura da Astra. Uma das tentativas foi buscar o apoio do governo federal. Durante um ano, a diretoria fez o levantamento de informações, mas a falta de recursos tornou a ação inviável. “Tentamos, por várias vezes, achar uma saída com os municípios, mas a maioria não participou nem das reuniões. Estamos sem esperança, pois quem deveria fomentar o programa não está interessado”, lamenta Aron.
Como é improvável a reabertura, a estrutura física da Astra foi cedida em caráter emergencial para o Consórcio Intermunicipal de Abrigo a Criança e Adolescente (Ciaca), destruído por um incêndio domingo.

Entidade pede socorro após o incêndio

Não é fácil para a mãe social Rosinete de Souza lembrar dos momentos dramáticos vividos durante o incêndio que destruiu totalmente a Casa da Criança e do Adolescente, instituição do Consórcio Intermunicipal de Abrigo a Crianças e Adolescentes (Ciaca), domingo. Como o centro é mantido por um consórcio intermunicipal, o abrigo funciona 24 horas e atende crianças e adolescentes em situação de risco social.

Na tarde de domingo, Rosinete cuidava de sete das dez crianças abrigadas no Ciaca quando percebeu a fumaça. Ela entrou e viu que o fogo já tomava conta de parte do forro. Apavorada, Rosinete ainda conseguiu retirar todas as crianças e os carros próximos à instituição.

“Quando liguei para a polícia e o bombeiro, o fogo já tomava parte da estrutura. Tudo virou cinza. Para onde vamos agora?”, pergunta Rosinete.
Ontem, uma perícia esteve no Ciaca para avaliar as causas do incêndio. As crianças estão agora instaladas no prédio da Astra. Quem puder auxiliar com doações de roupas e material de higiene pessoal poderá levar os produtos para a Associação Anselmo Tramontin (Astra). “Qualquer coisa é bem-vinda”, valoriza Rosinete.