Áreas de risco : “O rio está na minha casa”

Rafael Andrade
Tubarão

Desespero, preocupação, indignação. São alguns dos sentimentos de milhares de moradores ribeirinhos ao rio Tubarão. Não só os habitantes da Cidade Azul, mas de toda a região. De Lauro Müller a Laguna, o susto e os prejuízos eram incontáveis logo na manhã de ontem.

Em Tubarão, da meia-noite até o início da tarde de ontem, 25 milímetros de chuva foram registrados. Isso causou a invasão das águas em centenas de casas. Na rua Cândido Darela, bairro Morrotes, margem esquerda, a água com barro continuava nas casas e a previsão da Defesa Civil e de estações metereológicas era de que o nível baixasse somente a partir de hoje à tarde.

“O rio Tubarão está na minha casa. Acordei de madrugada para retirar os móveis e salvar a minha família”, lamenta o aposentado Itamar Vieira, 57 anos.
A cozinha, um quarto e uma área de serviço foram tomadas pela água. Ratos, baratas, lagartos e galinhas mortas, além de galhos e pequenos eletrodomésticos rondavam a casa dos ribeirinhos. “Se não fechássemos a porta a tempo, com certeza, estas nojeiras entrariam na minha casa”, lembra Itamar.

Na casa vizinha, do casal Neide Teresinha dos Santos, 61 anos e Antônio Procks, 51, a situação era parecida. Com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, Dona Neide implorava por apoio dos órgãos públicos. “Temos escritura, mas a Defesa Civil e o Ministério Público nos informam que moramos em áreas de risco, no entanto, não nos dão opções para sairmos daqui”, lamenta a aposentada.
Eles pedem mais atenção dos órgãos responsáveis. No mais, esperam as águas baixarem e seguem as suas vidas.