Área Azul cria pontos fixos para ajudar motoristas a ‘encontrar’ monitores

Rafael Andrade

Tubarão

O sistema de estacionamento rotativo em Tubarão tenta se adequar, a cada dia, à grande demanda existente na cidade. Com praticamente um veículo por habitante, segundo o Detran-SC, o município é um dos mais movimentados no trânsito no Estado.

Para minimizar a questão da falta de monitores em pontos específicos, a Apae, mantenedora do sistema, decidiu colocar pontos fixos em algumas vias. São profissionais que ficam nas calçadas com uma mesa e cadeira, vendendo tickets e orientando o motorista. Atualmente são cinco: Catedral, Praça 7 – esquina com Casa da Cidade, próximo ao Colégio São José, Próximo à Loja Fretta – pela beira-rio – e nas redondezas do Ciretran, no bairro Oficinas. A gestora de captação de recursos e ações sociais da Apae, Daniela Réus, explica que os consumidores terão como referência estes pontos, que servirão, justamente, para acabar com a sensação de que não há monitores em tal trecho. “Estamos com efetivo completo”, garante Daniela.

Para o motorista Leomir Locks Beza, o sistema veio para ajudar, mas ainda há muita carência. “São dois pontos, um positivo e outro negativo. O bom é que sempre encontro vaga, sem precisar rodar muito. Infelizmente gera entrave negativo. Acho que os monitores precisam de mais treinamento, por exemplo. Acho pouco a quantidade de monitores para uma cidade do tamanho de Tubarão. Em algumas ruas transversais, que não tem ou tem poucos pontos comerciais, nem deveria ter Área Azul”, observa o usuário.

Já para outro motorista, é preciso mais agilidade por parte dos monitores. “Às vezes, dá sensação que não há ninguém na rua para atender. Acho que eles deveriam se espalhar mais, não ficar conversando entre si e ficar atentos às chegadas dos veículos nas vagas. Também penso que deveriam aumentar o número de monitores”, sugere Maria Antônia Freccia.

A monitora Maiara Aguiar Alexandre, que trabalha há um mês na It2B, empresa contrata pela Apae para executar o serviço, revela que todos os profissionais se esforçam muito para cobrir os trechos. Sobre os pontos fixos, ela destaca que a sensação da falta de monitores que alguns motoristas reclamam irá acabar. “Tudo é montado para ajudar os munícipes e melhorar ainda mais o sistema”. Uma questão delicada que Maiara aponta é que ainda há preconceito por parte de alguns motoristas. “São pessoas que não tem amor à vida, não tem respeito ao próximo. Lidamos com o público de forma geral e precisamos enfrentar com bom senso essas atitudes. Não me afetam diretamente”, revela a profissional. “Fizemos constantes treinamentos para auxiliar em pontos delicados como estes, tratamos por “onde dói”, que são assuntos trazidos por eles de enfrentamento rotineiro, racismo, homofobia, etnia, etc.. São coisas que eles enfrentam sempre e também o fato de que algumas pessoas não aceitam o serviço e descontam neles, agredindo verbalmente e até fisicamente, onde aumenta muito nossa rotatividade, pois na primeira oportunidade eles saem e isso dificulta em termos uma equipe coesa e estável”, explica Daniela.

Hoje, o sistema oferece 2442 vagas, preenchidas por 31 monitores que atuam na região central e no bairro Oficinas. O ticket adquirido é de meia hora, que custa R$ 1,25 para carros e R$ 0,50 para motos.