Antifumo: Uma lei que deu certo

Carolina Carradore
Tubarão

A lei antifumo completa um ano em Tubarão com mais de 90% de adesão em bares e similares. A estimativa é da Vigilância Sanitária, responsável pela fiscalização do cumprimento da lei nº 3.337. De autoria do vereador licenciado Jefferson Brunato, desde 28 de agosto do ano passado os tubaronenses estão proibidos de consumir cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e qualquer outro tipo de produto derivado de tabaco em ambientes fechados.

Apesar da falta de fiscalização, o bom senso entre os fumantes prevalece. Segundo o gerente da Vigilância Sanitária, Elias Antônio Gonçalves, a fiscalização fica por conta de denúncias recebidas no órgão. Há três meses, segundo ele, não há nenhuma fiscalização por parte vigilância em estabelecimentos noturnos na cidade. O motivo seria o corte de horas-extras.

“Sorte que não estamos recebendo denúncias, mas nem renovação de alvarás estamos fazendo, pois não podemos colocar o pessoal para trabalhar à noite”, informa. Elias pede à população para continuar a ajudar na fiscalização e manter os ambientes fechados livre da nicotina. Em boa parte dos estabelecimentos, cartazes com o número da lei e indicação de telefone e endereço da Vigilância Sanitária foram fixados.

Alternativa
Apesar de ser um adepto à lei antifumo, o proprietário do Café com Pinga, Daniel Gouveia Dias, sente uma pequena queda no movimento em seu bar. Clientes fumantes respeitam as regras, mas ele não deixar de ouvir reclamações, e muitas. Tanto que Daniel deve inaugurar em breve um bar que também pode receber fumantes. O projeto consiste em instalações de áreas sem coberturas. “A lei permite você fumar quando não há coberturas. Então, nossa meta é ter lugares dentro do próprio estabelecimento, tanto para quem é adepto ao cigarro quanto para quem não fuma. E assim agradar a todos”, explica.

Fiscalização
O vereador licenciado Jefferson Brunato (PSDB) reforça o pedido. “O povo tem que ser o próprio fiscal. Depois de um ano, observamos um saldo positivo. As pessoas elogiam e confirmam que os ambientes estão bem melhores sem fumaça. O fumante passivo agradece”, justifica. Questionado quanto à falta de fiscalização em período noturno por parte da Vigilância Sanitária, Brunato, que hoje ocupa o cargo de secretário de comunicação social do município, informa que a prefeitura atualmente passa por sérias dificuldades financeiras, mas que logo as horas-extras serão liberadas.

Comerciantes aprovam a ideia

Em um ano em rigor, a lei antifumo é elogiada até mesmo por quem tem o hábito de fumar. O músico Alan Machado, o Bira, 30 anos, passou a ter um novo comportamento desde precisou parar de fazer uso do cigarro dentro de estabelecimentos. “Passei a diminuir o número de cigarros que fumo à noite e sinto a diferença até no cheiro das minhas roupas”, relata. A mesma opinião tem o DJ Lucas Mattos, 20 anos. Ele deixa de fumar quando pensa que terá que sair do local onde está. “Achei uma excelente medida”, elogia.

A recepcionista Lilian Rassmmeosseemm D’Bua Sant’Claer, 28 anos, nunca fumou e sente uma diferença gritante nesses 12 meses sem fumaça dentro do estabelecimento em que trabalha. “Antes, era ruim, era uma fumante passiva, o cheiro nas roupas e no cabelo era inevitável. Hoje, até o rendimento para quem trabalha em bares e lanchonetes é melhor”, agradece.