Andarilho do museu: População cobra uma solução

Zahyra Mattar
Tubarão*

A falta de resposta da secretaria de assistência social de prefeitura de Tubarão quanto à solução ao caso do homem que construiu uma casinha de papelão e passou a residir em um dos vãos do Centro Municipal de Cultura, no centro de Tubarão, gerou manifestos indignados da população na manhã de ontem.

Por volta das 8h40min, o andarilho do museu dormia enrolado em um único cobertor. Tremia de frio em determinados momentos. A temperatura estava em torno de 7° C. “É no mínimo estranho ver uma cena dessas ao lado de um centro de cultura”, considera o mecânico Jorge Adriano, 36 anos. Natural de Porto Alegre, a capital gaúcha, ele conta que está acostumado a ver andarilhos, mas não na condição do morador do museu. “Para evitar isto, lá, as construções públicas possuem grades nas laterais. Isso ajuda a evitar que mendigos ‘residam’ em lugares onde passa muita gente e os força a buscarem ajuda de outra forma”, detalha Jorge, que mora em Tubarão desde 2002.

O também mecânico João de Souza, 42, de Tubarão, adverte para outros perigos, especialmente nesta época do ano. “Nessas condições, qualquer ser humano pode morrer de frio. Aqui, ele não pode ficar”, defende. O andarilho do museu está no local há 14 dias. Ontem, o secretário de segurança e trânsito da prefeitura, João Batista de Andrade, a quem foi creditada a responsabilidade pelo assunto, disse que tentaria uma solução junto à SAS.

Segundo ele informou ontem ao Notisul, telefonou para a secretária Vera Stüpp a manhã toda e não conseguiu retorno. A ideia era sugerir uma integração com a Guarda Municipal para convencer o homem a deixar o lugar e a aceitar tratamento. “Infelizmente, só posso agir com a presença da assistência social”, lamentou Batista. E se ele morre de frio, quem será responsabilizado?

* Com informações do repórter Fernando Bruning.