Alvo de buscas, líder de Bolsonaro no Senado deixa cargo à disposição

Após ser alvo de buscas e apreensões em seu gabinete, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, deixou o cargo à disposição do presidente Bolsonaro. 

— Tomei a iniciativa de colocar o cargo à disposição para que o governo possa ao longo dos próximos dias fazer avaliação se não seria o momento de proceder a uma nova escolha ou não. É julgamento e juízo a ser feito pelo presidente, pelo chefe da Casa Civil e pelo ministro da secretaria de Governo. Quero deixar o governo à vontade, vou continuar ajudando na agenda da economia.

Além do senador, o seu filho, o deputado Fernando Bezerra Filho (DEM-PE) também foi alvo de busca e apreensão. 

Os parlamentares são investigados por suspeita de irregularidades em obras de transposição do Rio São Francisco. Ao todo, o senador é alvo de cinco inquéritos. 

Em nota, a defesa do senador afirmou estranhar a operação.

— Causa estranheza à defesa do senador Fernando Bezerra Coelho que medidas cautelares sejam decretadas em razão de fatos pretéritos que não guardam qualquer razão de contemporaneidade com o objeto da investigação. A única justificativa do pedido seria em razão da atuação política e combativa do senador contra determinados interesses dos órgãos de persecução penal, diz o advogado André Callegari.

A defesa acrescenta que:

— A Procuradoria Geral da República opinou contra a busca em face do senador, afirmando taxativamente “que a medida terá pouca utilidade prática”. Ainda assim o ministro Luís Roberto Barroso a deferiu. Se a própria PGR – titular da persecutio criminis – não tinha interesse na medida extrema, causa ainda mais estranheza a decretação da cautelar pelo ministro em discordância com a manifestação do MPF. A defesa seguirá firme no propósito de demonstrar que as cautelares são extemporâneas e desnecessárias.