Alerta pelo coronavírus no Japão e Coreia do Sul; queda nos contágios na China

A China destacou nesta quinta-feira (20) uma redução do número de novos contágios de coronavírus, mas, no Japão, onde morreram dois passageiros de um cruzeiro, e na Coreia do Sul, que registrou a primeira vítima fatal e mais de 100 casos, a preocupação aumentou com a epidemia.

A Comissão Nacional de Saúde anunciou 114 mortes na China em 24 horas, o que eleva o total de vítimas fatais para 2.118 em todo país (menos Hong Kong e Macau).

O organismo ressaltou, porém, que o número diário de novos contágios registrou o menor nível em quase um mês: 673 – ou 394, se considerado o balanço revisto pelas autoridades da província de Hubei, epicentro da epidemia.

No total, mais de 74.500 pessoas foram infectadas na China desde o surgimento do novo coronavírus em dezembro.

No restante do planeta, a epidemia provocou 11 mortes, e a propagação alcançou 25 países, incluindo o Irã, onde duas pessoas faleceram. Foram as primeiras vítimas fatais registradas no Oriente Médio.

No Japão, o cruzeiro “Diamond Princess”, atracado em quarentena no porto de Yokohama, tem mais de 600 casos registrados, o maior foco do vírus fora de China. Dois idosos, que estavam a bordo e foram diagnosticados com a doença, morreram, segundo a imprensa local.

Os dois idosos estavam doentes antes de contrair o novo coronavírus e foram retirados da embarcação nos dias 11 e 12 de fevereiro, informou o canal NHK.

Morte na Coreia do Sul

Na Coreia do Sul, as autoridades anunciaram a morte de um homem na quarta-feira na província de Gyeongsang do Norte.

Também informaram que o número de infectados quase dobrou e supera 100 pessoas, mais de 40 delas relacionadas à igreja Shincheonji, ou Templo do Tabernáculo do Testemunho, entidade acusada de ser uma seita.

O prefeito da cidade – a quarta maior do país e com 2,5 milhões de habitantes – pediu a população que permaneça em casa.

Diminuição do contágio na China

Na China, o governo afirmou que as medidas para restringir os deslocamentos, sobretudo o isolamento de mais de 50 milhões de pessoas em Hubei, começam a dar frutos.

“Os resultados mostram que nossos esforços para frear (a epidemia) funcionam”, afirmou o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi.

“As medidas firmes da China permitiram conter a propagação do vírus no país e em outras partes do mundo”, completou Wang durante um encontro de ministros do sudeste da Ásia.

O número de novos contágios na China caiu pelo quarto dia consecutivo. E mais de 16.000 pacientes estão curados, de acordo com números oficiais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou na quarta-feira que “ainda é muito cedo” para falar de contenção do vírus, mas insistiu em que aconteceram “enormes progressos em pouco tempo”.

Em função das medidas de isolamento, milhões de chineses devem permanecer em suas casas.

Em Hubei e sua capital, Wuhan (11 milhões de habitantes), as restrições são ainda mais drásticas: está proibida qualquer entrada, ou saída, exceto para os produtos de primeira necessidade.

Repatriados

Diante da situação, muitos países organizam operações para repatriar seus cidadãos.

A França enviou mais um avião para repatriar europeus. A aeronave também transporta 17 toneladas de material médico para os profissionais da área da saúde.

Enquanto a China elogia o progresso de sua luta contra a epidemia COVID-19, o governo do Japão é alvo de duras críticas pelas medidas de quarentena no cruzeiro “Diamond Princess”.

Nesta quinta-feira, o Ministério da Saúde anunciou 13 novos contágios no navio, o que eleva o número de pessoas infectadas para 634, a maior quantidade de casos em apenas um lugar fora da China.

Na véspera, 443 passageiros desembarcaram do cruzeiro: eles apresentaram resultado negativo nos exames e passaram 14 dias em quarentena.

Outros passageiros deixaram o navio nesta quinta-feira.

Alvo de críticas por sua gestão da epidemia, o Ministério da Saúde afirmou que consultou especialistas sobre a “maneira apropriada de controlar a infecção a bordo do navio”.