Acusação de pedofilia: Maioria não acredita no padre

Cíntia Abreu
Tubarão

Todos os tipos de religiões pregam um conjunto de crenças, aquilo que a grande maioria considera como sagrado e divino. Então, nascem os códigos morais que derivam destas filosofias. Desde o início desta semana, Santa Catarina acompanha o caso de investigação sobre um padre de Rio do Sul, no norte do estado. Frei Ângelo Chiarelli foi preso em flagrante com uma adolescente de 13 anos, no apartamento anexo à igreja do Divino Espírito Santo. Ele é acusado de atentado violento ao pudor. Nove garotas já denunciaram o frei. Há relatos que datam 20 anos atrás.

Esta situação levanta polêmica sobre a acusação ao representante da igreja católica. A administradora Juliana Maccari acredita que o padre realmente cometeu o crime. “Isto sempre ocorreu dentro da igreja católica. Mas a instituição sempre abafou estes casos”, avalia Juliana.
De cinco pessoas entrevistas, três consideram Chiarelli pedófilo. Na opinião da dona de casa Jânia Alves Teixeira, o sacerdote deveria ser o exemplo para a humanidade. “Não temos em quem confiar. Ele deve pagar pelo que fez como todas as pessoas”, opina Jânia.

O construtor José dos Passos Souza é mais ponderado. Para ele, nada foi provado, portanto, ninguém pode julgar. Já o operador de correio Samuel Silva, não acredita na inocência do acusado. “Isto é uma vergonha para a igreja católica. Na minha visão, não há mais o que provar, pois ele já é culpado”, argumenta Silva.
Apesar de a maioria acreditar na acusação, há quem lembre de Deus na hora do julgamento. “Deus disse: não julgue para não ser julgado”, adverte a vendedora Rosália da Silva Anacleto, que acredita que o padre tenha problemas psicológicos. “Não sabemos se ele também não foi violentado na infância. Isso tudo conta na hora apontar a culpa”, analisa Rosália.