Acessibilidade: Morador de Tubarão relata que se sente tolhido do direito de ir e vir

Tubarão

Vista por muitos como simples, a ação de ir e vir é uma tarefa quase impossível para quem tem mobilidade reduzida. A dificuldade não é apenas de locomoção, mas de assistência por parte do poder público. Pessoas com deficiências físicas reclamam da falta de acessibilidade em várias cidades de Santa Catarina.

Morador de Tubarão, Leonel Borges Freitas, 52 anos, foi diagnosticado há 7 anos, com necrose da cabeça femoral. A doença fragiliza a cabeça femoral, a qual sofre microfraturas e geralmente de forma de progressiva. A maioria dos casos de necrose extensa da cabeça femoral resulta em destruição da articulação em três a cinco anos.

Leonel conta que há 7 anos segue na lista de espera em uma fila do Sistema Único de Saúde (SUS), para um procedimento cirúrgico, que deve melhorar de forma significativa a vida de quem possui a doença. “Estou na fila do SUS e acredito que minha hora chegará. Há 7 anos acredito que dará certo. Tenho a Autorização de Internação Hospitalar, fiz todos os exames e tenho segurado a dor, mas o que realmente incomoda é a falta de acessibilidade”, pontua.

Ele conta que como funcionário público realizou obras que colaboraram com a acessibilidade das pessoas com locomoção, no entanto, afirma que há muito a ser feito na cidade, no Estado e no país. Temos uma situação grave no Brasil, obstáculos nas calçadas, buracos e desníveis em ruas e calçadas. É preciso intensificar a fiscalização do poder público para que essas questões sejam resolvidas. Precisamos pensar em todas as pessoas para conseguirmos avançar. Utilizo muletas e tenho dificuldades, mas há muitos que se locomovem com cadeiras de rodas e passam por muitas dificuldades. A descrição para muitos, parece um cenário de guerra, e não deixa de ser, já que é a triste realidade enfrentada por milhões de brasileiros que possuem algum tipo de deficiência física”, enfatiza.

Os direitos das pessoas com deficiência finalmente chegaram aos meios de comunicação e são integrados ao discurso do Estado, no entanto, as mudanças concretas de efetivação de cidadania ainda ocorrem de maneira lenta. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, o que corresponde a 23,91% da população brasileira.