“A vontade vem, mas eu não quero”

Para incentivar os que desejam de alguma forma parar de fumar, o município oferece atendimento por meio do Grupo de Tabagismo, no CAPS AD -  Foto:Daniela Goulart/Prefeitura de Tubarão/Divulgação/Notisul
Para incentivar os que desejam de alguma forma parar de fumar, o município oferece atendimento por meio do Grupo de Tabagismo, no CAPS AD - Foto:Daniela Goulart/Prefeitura de Tubarão/Divulgação/Notisul

Tubarão

A fumaça do cigarro é uma mistura de mais de quatro mil substâncias tóxicas diferentes. Essas substâncias atuam sobre os diversos sistemas e órgãos e contêm mais de 60 cancerígenos. Neste domingo é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Fumo e Tubarão promove ações para aumentar o time de ex-fumantes.

Os grupos de Combate ao Tabagismo oferecidos pelo município conseguiram ajudar muitos cidadãos a alcançar o objetivo. A servidora pública Mirian Rebello participou de todas as etapas do programa e afirma: "o programa é 50% do caminho". O auxiliar de enfermagem Mario Antônio Passarela parou de fumar há cinco anos e observa muita evolução em relação à saúde. "Hoje me sinto muito melhor. Voltei a ter apetite, resistência e muitos outros benefícios", conta.

Oscar Fernandes é aposentado e não conseguia parar com o cigarro. "Eu tinha muita vontade de parar, embora não conseguisse. Fui motivado principalmente pelos meus netos", disse.

Depois de passar uma vida fumando, a assistente social Vera Regina Rodrigues conseguiu vencer o cigarro. "Eu fumava desde os meus 14 anos, há poucos meses consegui deixar o cigarro, hoje tenho 59 anos e digo que parar com o uso do cigarro me trouxe muitas vantagens", declarou.

E, para aqueles fumantes que têm medo de não conseguir parar, a costureira Claudia Modolon dá o exemplo: "A vontade até vem, mas eu não quero", afirma.

Pesquisa revela que 16% dos catarinenses são fumantes
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que 16% da população catarinense é fumante, com maior proporção de homens (19,7%) do que mulheres (12,5%).
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, elaborada em 2013 pelo IBGE e Ministério da Saúde, em Santa Catarina o público que mais fuma está situado na faixa etária entre 40 e 59 anos (18,2%), seguido das pessoas entre 18 e 24 anos (17,1%), 25 e 39 anos (14,5%) e 60 anos ou mais (12,6%). O levantamento mostra ainda que 13,5% dos catarinenses são expostos ao fumo passivo no local fechado de trabalho e 9,5% em casa. No Brasil, 14,7% da população acima dos 18 anos fuma cigarro atualmente.

Grupo de Combate ao Tabagismoc
Para incentivar aqueles que querem de alguma forma parar de fumar, o município oferece atendimento por meio do Grupo de Combate ao Tabagismo, no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD). Nesta sexta-feira,  enfermeiros foram capacitados para oferecer os grupos nas Unidades de Saúde, para facilitar o acesso dos cidadãos aos serviços.

Cigarro pode causar mais de 50 doenças
Conforme o diretor de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, Eduardo Macário, o tabagismo é um grave problema de saúde pública, pois pode ocasionar mais de 50 diferentes tipos de doenças incapacitantes e fatais, além de responder por 45% das mortes por infarto de miocárdio, 85% das mortes por enfisema e 30% das mortes por câncer.
Mesmo as pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes, correm sérios riscos. “Quando submetidas ao tabagismo passivo em ambientes fechados, como em casa ou no trabalho, elas têm um risco 30% maior de desenvolverem câncer de pulmão, 25% maior de desencadear doenças cardiovasculares, além de asma, pneumonia, sinusite, entre outras”, salienta o diretor.