A ordem é apertar o cinto

A nova lei na prefeitura de Tubarão é economizar tudo, desde luz e telefone, até gastos desnecessários com diárias
A nova lei na prefeitura de Tubarão é economizar tudo, desde luz e telefone, até gastos desnecessários com diárias

 

Zahyra Mattar
Tubarão
 
Em março, quando o prefeito de Tubarão, Manoel Bertoncini (PSDB), promoveu a reforma administrativa no executivo, já havia antecipado que outras mudanças na gestão seriam feitas para melhorar o atendimento à população e, principalmente, economizar.
 
Há dois anos, uma equipe estuda o comportamento financeiro da prefeitura. O resultado disso vem agora: uma nova política de cortes entra em vigor este mês. 
 
“Quando a gente fala em corte, todo mundo associa que a prefeitura quebrou. Mas não é isso, há desperdício em alguns setores, outras situações em que se gasta demais. Esta é uma manobra pensada há bastante tempo”, justifica o secretário de gestão, Estêner Soratto da Silva Júnior. 
 
A partir de outubro, sem a receita da água (cerca de R$ 15 milhões no ano passado) e com a implantação dos novos planos de cargos do magistério e dos servidores (ainda está em estudo), o gasto com a folha de pagamento chegará ao limite previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 54%.
 
Atualmente, a prefeitura tem receita líquida de aproximadamente R$ 129 milhões por ano (valor de 2010). Deste total, R$ 61 milhões (cifra arredondada) é dispensado para o pagamento dos salários. O equivalente a 47% da receita.
“A cobrança, por resultado e economia, será enérgica a partir de agora. A prefeitura precisa funcionar e ainda ter poder de investimento. De ficarmos dentro do limite prudencial da LRF, comprometeremos todo o setor financeiro”, argumenta Estêner
 
Alguns cortes
Entre as medidas que passam a valer hoje, está o corte de horas extras em pelo menos 50%. O trabalho fora do horário será permitido apenas em situações justificadas. Também serão reduzidos os gastos com combustível, em aproximadamente 20%, e com o pagamento de gratificações (como as diárias). A meta ainda é baixar, nos próximos meses, em cerca de 20% o gasto com luz e telefone.