5 jovens ativistas do clima (além de Greta Thunberg) que vale a pena conhecer

Ela tem apenas 16 anos, mas já é reconhecida mundialmente por sua defesa ávida e feroz do meio ambiente. A ativista sueca Greta Thunberg, líder do movimento Greve das Escolas Pelo Clima (Fridays for Future na Suécia), roubou a cena em um discurso emocionante e sem meias palavras na ‘Cúpula do Clima’ – realizada na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

“Isso tudo está errado, eu não deveria estar aqui, eu deveria estar na escola do outro lado do oceano. Como vocês ousam? Vocês roubaram os meus sonhos e minha infância com palavras vazias”, disparou.

Infelizmente, em meio à guerra ideológica e na espiral de fake news disseminadas nas áreas mais sombrias da internet, Greta tem sido vítima de ataques machistas e misóginos. Apesar da tenra idade, já demonstrou que sabe lidar com a violência verbal e as mentiras com absoluta maturidade e parcimônia.

E Greta não está sozinha: jovens de todo o mundo têm se levantado para cobrar governos, empresas e autoridades na construção de políticas públicas energeticamente mais limpas e sustentáveis. Separamos alguns ativistas para você conhecer abaixo. Confira:

1 – Autumn Peltier

A canadense Autumn Peltier tem 15 anos e está comprometida com o direito ao acesso universal e irrestrito de água potável. Inspirada na tia, que também é ativista, ela busca defender a região dos Grandes Lagos da América do Norte.

Peltier é integrante da ONG Wikwemikong First Nation. “Ninguém deveria se preocupar se vai morrer de sede ou se a água que bebe está limpa. Criança alguma deveria crescer sem saber a procedência da água que ingere”, deu o recado em fala na ONU em 2018.

A jovem nasceu na reserva indígena de Wikwemikong, em Ontario, no Canadá. Seu ativismo pelo meio ambiente lhe rendeu uma indicação ao ‘Prêmio Nobel Infantil da Paz’.

2 – Hamangaí

Hamangaí Marcos Melo Pataxó, do povo Pataxó hã hã hae, é estudante de Veterinária na Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). A jovem trabalha pela defesa dos direitos das comunidades indígenas e entende que “a floresta é um dos elementos fundamentais para nossa existência, nos cura”.

“Acredito na reconexão com a mãe terra. A juventude tem esse compromisso e respeito, de seguir e continuar a luta de nossos antepassados”, afirma. Hamangaí vê a universidade como um espaço essencial para o avanço de pautas identitárias.

“É necessária a união e articulação de nós estudantes indígenas e quilombolas da UFRB.”

3 – Mari Copeny

No último ano da presidência de Barack Obama, Mari Copeny chamou a atenção do mandatário ao pedir soluções para a crise hídrica em Flint, Michigan.

Em um encontro com o presidente, a menina de 12 anos cobrou que Obama ‘fizesse algo’.

Mari acabou se tornando uma importante figura em defesa do meio ambiente, mas também pelo empoderamento feminino. Anos mais tarde, ela virou ‘embaixadora jovem’ para a Marcha das Mulheres de Washington.

“Quero que sua voz seja ouvida, não importa se você é pequeno, grande, velho ou jovem. Não importa mesmo. Você ainda pode fazer a diferença no mundo.”

4 – Matsi

Matsipaya Waura Txucarramãe é neto de Raoni, líder indígena reconhecido mundialmente pela defesa dos direitos e terras dos índios. ‘Matsi’ vive na reserva Kayapó, no Parque do Xingu.

Seu objetivo, afirma, é ‘bem simples’: preservação ambiental.

Claro que a tarefa está cada vez mais difícil, com o avanço das queimadas na Amazônia, a entrada no mercado de agrotóxicos ainda mais potentes e a própria demonização da luta em defesa do meio ambiente. Mas o jovem não esmorece: afirma que a missão de conservar a biodiversidade e expandir a consciência ambiental sobre a relação entre homem e floresta são lutas essenciais.

“O território para nós indígenas simboliza a vida. Alguns passarinhos estão sumindo e a nossa relação com o rio está um pouco diferente, o rio Xingu está secando mais a cada dia, as chuvas são menos frequentes também. Por conta dessas mudanças climáticas, a gente já não consegue saber a data certa de colheita daqueles alimentos que estamos acostumados”, declarou em entrevista ao site Contra os Agrotóxicos.

5 – Xiye Bastida

A ativista mexicana Xiye Bastida nasceu em San Pedro Tultepec. Ela atua pela defesa da água para as novas gerações.

De origem indígena, Bastida ganhou reconhecimento ao expor a realidade sombria de sua cidade natal. Em 2014, San Pedro Tultepec passou por uma seca prolongada seguida de chuvas e alagamentos. Caiu a ficha da adolescente, hoje com 17 anos.

“A Terra vive de ciclos. É insano que a chuva não caia na estação correta. Sem chuva, a terra fica seca e nós dependemos dela. É nosso ganha pão. Para piorar, tivemos depois uma imensidão de água. A Terra é nosso lar. Ela nos dá ar, água e abrigo. Tudo o que precisamos. Ela só quer proteção em troca.”

Fonte: Hypeness