Alunos criam orquestra com materiais reciclados

Ao todo, 36 alunos participam da orquestra  -  Fotos: divulgação/notisul
Ao todo, 36 alunos participam da orquestra - Fotos: divulgação/notisul

Willian Reis
Tubarão

Latões, garrafas pet e outros materiais que teriam como destino o lixo agora se tornam instrumentos de transformação social. Neste caso, a palavra instrumento assume mais de um sentido, não só o de ferramenta para a mudança: destes objetos hoje saem os sons que dão vida a uma orquestra.

Desde maio, a Escola Fábio Silva, em Tubarão, desenvolve o Projeto Orquestra de Sons e Latas, voltado a alunos do quarto ao nono ano, com idades entre 10 e 16 anos. As atividades ocorrem no contraturno. Às segundas-feiras eles confeccionam os próprios instrumentos com materiais reciclados. Às terças e quartas-feiras ocorrem as aulas de música.

No ano passado, o projeto foi desenvolvido na Escola Faustina da Luz Patrício, no bairro de Oficinas. É executado pela ONG Moradia e Cidadania, de Florianópolis, que escolhe instituições localizadas em áreas de vulnerabilidade social para implantá-lo. “O bairro Fábio Silva tem uma imagem um tanto quanto negativa. O projeto de música vem dar outra visibilidade”, reconhece a diretora da escola, Rosa de Lima Lúcio.

Hoje há 36 alunos no projeto, que, além da música, envolve outras disciplinas, como Artes e História.

Os instrumentos, por exemplo, são pintados com reproduções de quadros famosos, como os de Tarsila do Amaral. No domingo, a orquestra abriu a 6ª Mostra Arte para Todos, em Joinville. A parceria com a ONG encerra no fim do ano, mas a escola pretende buscar apoio para dar continuidade. “O projeto tem resultados positivos. É uma alternativa para as crianças fora da rua”, aponta a diretora.