Imbituba
O uso do transporte público está cada vez mais inviável à população com o aumento das tarifas, a precariedade dos veículos e ainda a restrição dos horários. Em Imbituba, uma comissão foi formada na Câmara de Vereadores para verificar o contrato entre prefeitura e a empresa Santo Anjo, que detém a concessão do serviço no município. Um estudo elaborado pela Profuzzy Consultoria e Sistemas apontou uma série de fatores que precisa ser revista para garantir a qualidade e eficiência do serviço, já que a empresa solicitou um aumento tarifário em torno de 12%, bem como a redução do ISS para 95% entre outros itens.
O presidente da Comissão Especial de Transportes da Câmara, vereador Gilberto Pereira, o Beto do Zé Neide, questionou o levantamento apresentado e pediu um prazo ao prefeito de 90 dias, para a comissão realizar estudo paralelo e também ouvir a comunidade e outras empresas relacionadas ao transporte.
Para medir o grau de satisfação da população, foi aplicada uma pesquisa de opinião pública no município, atingindo a participação de 507 pessoas que responderam espontaneamente, sendo que 75% informaram que usam o transporte público com frequência para trabalhar, estudar e ou passear. Já 16,8% afirmaram que não utilizam, mas utilizaria se melhorasse. 7,7% já utilizaram, mas não utilizam mais e, 0,6% não utilizaria o transporte de jeito nenhum.
De acordo com Gilberto Pereira, com base na pesquisa, a comissão deve apresentar propostas ao poder público sobre a manutenção da atual concessão ou não, melhorias que podem ser implementadas pela concessionária, entre outras propostas.
Mais de 88% estão insatisfeitos com as linhas disponíveis
A pesquisa revelou o grau de descontentamento e insatisfação das pessoas pela prestação de serviço. De acordo com o vereador Gilberto Pereira, com base na pesquisa será possível tomar as devidas medidas. “Acreditamos que o sistema esteja ultrapassado. Já apresentamos um novo modelo para o município, pois o objetivo é a eficiência, otimização da operação com adequação da oferta de horários, redução do tempo de espera e viagem, entre outros que vamos debater com a sociedade por meio de audiências públicas”, adianta Pereira.
Ele afirma que o levantamento aponta os diversos questionamentos e anseios da população. “A maioria questiona a retirada de itinerário, redução de linhas, horários, reclamam dos ônibus sucateados que não lhe oferecem segurança e o mínimo de conforto e, por outro lado, a empresa querendo aumentar tarifas, redução do ISS… Quer que o município pague subsídios para ajudar na gratuidade?”, questiona.
A pesquisaLevantamento de dados
A pesquisa foi dividida nos seguintes setores: preço da passagem e pagamento; linhas e horários; ônibus nos fins de semana e feriados; condições da frota/pontos de ônibus/ abrigos; atendimento; comunicação; atendimento especial e, por fim, informações gerais para obter um perfil do entrevistado. Foram pontuados alguns que merecem a atenção das autoridades, sendo que 88,6% estão insatisfeitos com o número de linhas disponíveis; 73,2% insatisfeitos com as rotas/trajetos pelo seu bairro e acesso a diversos locais da cidade; 83,8% insatisfeitos com as linhas e horários durante os “feriados e fins de semana”; 88,2% insatisfeitos com os ônibus, referente a conforto, segurança e climatização; 53,5% insatisfeitos com o tempo de viagem que passa no coletivo para chegar ao destino; 84,2% insatisfeitos referente às informações sobre as mudanças de rotas ou horários; 73,6% insatisfeitos com a estrutura para portadores de necessidades especiais e idosos e, 91,7% insatisfeitos com o valor da passagem.