Brincadeira da rasteira: desafio pode causar sérios problemas de saúde, alerta médico de Capivari de Baixo

Capivari de Baixo/Tubarão

Dezenas de vídeos, onde jovens aparecem ‘derrubando’ uns aos outros no chão começaram a circular nesta semana nas redes sociais e a preocupar pais, professores e a população em geral. A brincadeira tem potencial para terminar de maneira trágica. O desafio da rasteira ou desafio do quebra-crânio, consiste em duas pessoas derrubarem uma terceira pessoa enquanto ela pula.

O professor e diretor da Escola de Educação Básica Henrique Fontes, em Tubarão, Gelson Espanhol maximiano, diz que, dentro do programa pedagógico, a unidade escolar também procura discutir esses temas com os estudantes. “Não tivemos registro dessa brincadeira na instituição, porém os professores já orientam os nossos alunos. É uma brincadeira de muito mal gosto, mas alguns adolescentes não pensam nisso. Por isso, o papel da escola é orientar o quanto essa brincadeira é perigosa para que ela não ocorra no ambiente escolar. Penso que a prevenção é muito importante”, assegura.

Mãe de um adolescente de 12 anos, a técnica de enfermagem Maria José dos Santos, defende que o melhor caminho é a orientação. “O tema do autocuidado deve ser abordado em casa, nas escolas e em muitos lugares nas diferentes atividades. Os jovens devem receber orientações direcionadas, com abordagem das consequências e riscos de acidentes. A cada ano surge uma nova brincadeira dessas. É muito de modismo, da novidade que eles vão lá repetir. Nós como pais temos que alertar os nossos filhos dos riscos”, enfatiza.

O que muitos ignoram é que a brincadeira aparentemente inofensiva pode causar sérios danos à saúde, principalmente se a pessoa bate com a cabeça no chão durante a queda. O médico Artur Neu, de Capivari de Baixo, afirma que a brincadeira é perigosa e pode trazer danos aos envolvidos. “Ela pode gerar sequelas, um traumatismo craniano, se uma pessoa tem algum problema ósseo ou de coluna. É algo que não tem graça e pode trazer grandes consequências. Essa brincadeira precisa ser esclarecida em sala de aula com estudantes, pais e professores para que não ocorra, porque pode machucar”, observa.

Em novembro passado, a estudante Emanuela Medeiros, de 16 anos, faleceu após bater com a cabeça no chão ao cair durante uma brincadeira na Escola Municipal Antônio Fagundes, em Mossoró. Ela sofreu traumatismo craniano, foi socorrida pela direção da instituição e levada ao hospital. Porém não resistiu.