É necessário cuidar de quem cuida

As famílias geralmente “elegem” um cuidador e este entra numa espiral sem direito à descanso, sem tempo para cuidar de si ou dos seus interesses. Cuidadores familiares acabam por abandonar seus planos profissionais, ficam isolados socialmente e não recebem apoio dos demais familiares.

O foco do cuidador familiar é o doente que ele cuida, não restando qualquer atenção para si próprio, ocasionando a morte do cuidador (ou a sua incapacidade de cuidar) ao passo que aquele que é cuidado seguirá recebendo a atenção necessária. Se não pelo cuidador afetado, por um substituto que, enfim, surgirá.

Tenho dado a sugestão para que as Unidades Básicas de Saúde criem grupos de apoio aos cuidadores. Um espaço onde possam ter seus anseios, dúvidas e dores ouvidos. Ondem possam receber orientação de profilaxia, de prevenção de lesão e de cuidados de saúde para eles mesmos.

Este é um movimento que vem surgindo, timidamente, nos hospitais que tratam doentes com diagnósticos degenerativos ou incapacitantes e que acolhem seus cuidadores e familiares.