Polícia do Rio diz que turista catarinense foi estuprada

Um exame comprovou que a turista catarinense, Fabiane Fernandes, de 30 anos, foi vítima de violência sexual antes de ser morta em trilha de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio. A informação foi divulgada pela polícia neste sábado (15).

Anteriormente, a polícia já havia informado que a vítima teve todos os ossos da face quebrados e morreu por traumatismo cranioencefálico.

Fabiane desapareceu em 18 de novembro e o corpo dela foi encontrado após três dias de buscas. Segundo a polícia, ela estava sem roupas e com lesões na cabeça e no corpo.

O depoimento

O suspeito de ter cometido o crime, Matheus Augusto da Silva de 22 anos, preso na sexta-feira (14) em São Paulo, foi encaminhado para a 132ª delegacia de Arraial e ouvido na manhã deste sábado (15).

Segundo o delegado Renato Mariano, que investiga o caso, o suspeito estava nervoso, negou as acusações, mas apresentou contradições no depoimento.

“Ele nega a todo momento. Porém, durante as declarações ele fornece alguns detalhes contraditórios e nós temos nos autos bastante elementos que levam a ele”, disse Renato.

O delegado disse que testemunhas ouvidas durante a investigação revelaram um comportamento de muito nervosismo do suspeito após o desaparecimento da vítima.

“Na cidade de Cabo Frio, que é a cidade vizinha por onde ele deixou a região, ele foi visto em atitudes de muito nervosismo e com diversas marcas de arranhão nos braços, o que levantou suspeitas a ponto dos próprios funcionários da rodoviária nos auxiliarem com informações sobre o caso”, afirmou o delegado.

Ainda segundo Renato, a mãe do suspeito também chegou a ligar para um amigo dele, que estava em Arraial do Cabo, perguntando o motivo pelo qual o filho tinha chegado “tão nervoso” em São Paulo.

O delegado disse ainda que analisou o celular da vítima. “Nós percebemos que ela fez diversas selfies e a única fotografia onde uma segunda pessoa fez, produziu, foi exatamente no local do acampamento”, afirmou.

A polícia também considerou o fato de um cão farejador que atuou nas buscas do corpo da turista ter indicado os pertences de Matheus como se tivesse encontrado a vítima.

Registro antes do desaparecimento

Suspeito foi visto na trilha onde corpo da empresária foi encontrado um dia após o desaparecimento dela — Foto: Grupo de Trilheiros/ Divulgação Suspeito foi visto na trilha onde corpo da empresária foi encontrado um dia após o desaparecimento dela — Foto: Grupo de Trilheiros/ Divulgação

Suspeito foi visto na trilha onde corpo da empresária foi encontrado um dia após o desaparecimento dela — Foto: Grupo de Trilheiros/ Divulgação

Uma foto feita por um grupo de trilheiros mostra Matheus na trilha onde o corpo da turista foi encontrado, um dia depois do desaparecimento dela. O corpo da turista foi encontrado dois dias depois da foto.

Segundo o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) Gilberto de Aquino, o rapaz confirmou que estava perturbado porque teve um desencontro amoroso com uma pessoa e, por isso, deixou a cidade de São Carlos, em São Paulo, e foi para Campinas na casa de um parente e de lá conheceu um ‘hippie’ e foram juntos para Arraial do Cabo, onde acampavam.

Matheus nega as acusações. “Eu gostaria de deixar o tempo mostrar… A hora que sair o resultado dos meus exames para mostrar realmente que eu sou inocente dessas acusações e minha vida voltasse ano normal, tudo de novo, como tava sendo”, disse o suspeito ao G1.