Divino Gênese: Mistérios arqueológicos é tema de livro

Florianópolis

O  antropólogo, pescador e escritor Adnir Ramos lançará neste no sábado, às 19h22, no Restaurante Rancho da Canoa, na Barra da Lagoa, em Florianópolis,  o livro ‘Divino Gênese’: as descobertas do pescador antropólogo na Ilha de Santa Catarina. A obra se deu pela parceria com a Editora Unisul e pode ser adquirida pelo site do Instituto Multidisciplinar do Meio Ambiente e Arqueoastronomia (IMMA), no valor de R$ 60,00.

 Conforme o autor tudo começou quando em 1986, ele decidiu estudar biblioteconomia e antropologia para tentar entender o que significavam aquelas inscrições nas pedras que tanto via quando saía para pescar. “Comecei a pesquisar sobre o assunto de forma mais ampla em 1988 e após 30 anos de estudos e muita dedicação vou lançar o primeiro livro. Realizei uma pesquisa ampla entre Itajaí até o Farol de Santa Marta, em Laguna. No entanto, este volume abordará a região de Itajaí até Florianópolis. Em breve pretendo lançar outro trabalho que mencionará cidades como Laguna e também Gravatal”, explica.

Adnir conta  que os mistérios não estavam somente nas inscrições, mas em pedras sobrepostas a outras, as quais já desafiavam a percepção do geólogo Vieira da Rosa em 1918. Além de encontrar uma metodologia para interpretar as gravuras, o pesquisador descobriu que as pedras sobressaídas nos costões e morros são verdadeiros calendários astronômicos primitivos, calculadores de tempo. “Pude chegar a conclusão que os observatórios astronômicos e as gravuras rupestres estão espalhados por quase todo o litoral catarinense tratam de um calendário da fecundidade, que também pode estar relacionado aos ciclos de plantio e colheita de alimentos”, observa.

Ele elaborou uma metodologia de interpretação baseada em comparação com desenhos de outros lugares e símbolos atuais da biologia molecular no que se refere à arte rupestres. As analises ganham notabilidade nacional e internacional. Pesquisadores estrangeiros visitam o Estado de Santa Catarina e reconhecem o significado especial das gravuras e dos monumentos megalíticos para os povos e as comunidades pré-coloniais. Atualmente, estudantes, universitários ou não, estão mapeando-os em todo o Brasil.

Para iniciar um registro da diversidade cultural encontrada neste refúgio brasileiro, o autor, por meio de seu primeiro livro, Divino Gênese, propõe uma perspectiva para ajudar a desvendar alguns desses mistérios que envolvem os sítios naturais e arqueológicos, e trazer à luz informações que possibilitem revelar o conhecimento transmitido e registrado por nossos ancestrais nos lugares considerados sagrados. Busca, com isso, por meio de discussões, conscientizar as pessoas ao incentivar a criação de políticas públicas que integrem cultura e natureza em seu estado laico.