terça-feira, 21 outubro , 2025

STF mantém resolução da Anvisa que proíbe cigarros aromatizados

Brasília

O STF (Supremo Tribunal Federal) manteve nesta quinta-feira (1) a validade da resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que proibiu a fabricação e a venda de cigarros com sabor artificial. A norma voltou a vigorar a partir do registro de um empate de 5 a 5 na votação. Como não houve mínimo de seis votos para anular a resolução, conforme desejava a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a liminar proferida em 2013 pela ministra Rosa Weber, que suspendeu a proibição, perdeu a eficácia, e a resolução voltou a valer. O impasse ocorreu em função do impedimento do ministro Luís Roberto Barroso, que fez um parecer sobre a questão antes de ser nomeado para a Corte.

Apesar da manutenção da resolução, a CNI informou que as indústrias de tabaco estão amparadas por decisões de Justiça Federal e vão continuar produzindo os cigarros aromatizados. “Com o empate em 5 a 5, não há uma decisão vinculante sobre a validade ou invalidade da resolução da Anvisa. O STF perdeu hoje a oportunidade de tornar clara a distinção entre as funções próprias do Congresso Nacional e as das agências reguladoras. As indústrias do tabaco amparadas por decisões da Justiça Federal continuarão a exercer a sua atividade econômica, produzindo todos os tipos de cigarro conhecidos pelo consumidor brasileiro”, diz a confederação.

Durante o julgamento foi discutida a competência da Anvisa para restringir a comercialização de produtos, sem passar pela aprovação de uma lei no Congresso Nacional. A relatora Rosa Weber e os ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello, e a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, votaram a favor da resolução.

Em seu voto, a ministra relatora mudou seu entendimento sobre a questão e entendeu que a Anvisa atuou dentro da lei ao limitar a venda dos cigarros com aditivo. Segundo a ministra, os efeitos nocivos do cigarro para a saúde, principalmente entre jovens, justificam o controle estatal da venda pelas agências reguladoras.

De outro lado, os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Marco Aurélio se manifestaram contra a resolução.

Alexandre de Moraes abriu a divergência e entendeu que a Anvisa extrapolou suas atribuições legais ao proibir a venda dos cigarros aromatizados. Segundo o ministro, a agência não respeitou os limites legais definidos na Constituição.

“A agência tem como função controlar, fiscalizar, dentro dos parâmetros legais. Em momento algum a legislação de criação da agência permitiu que ela proibisse qualquer espécie de produto derivado do tabaco”, argumentou Moraes.

Gilmar Mendes também acompanhou a divergência e entendeu que as agências reguladoras não têm poderes constitucionais para restringir unilateralmente a venda de qualquer produto. De acordo com Gilmar Mendes, deve ser respeitado o direito ao livre arbítrio das pessoas. “Não é ser Supernanny [personagem de um programa de TV que ensina como impor disciplina a crianças], é respeitar a liberdade das pessoas de escolha, provendo informações para que as pessoas façam as escolhas. Morrer todos vamos morrer”, ironizou o ministro.

Na ação, a Confederação Nacional da Indústria alegou que a norma resultaria na proibição de todos os cigarros produzidos pela indústria, por restringir a utilização de qualquer substância que não seja tabaco ou água. A confederação também disse que a proibição representa o fechamento de fábricas e a demissão de trabalhadores, e que a restrição só poderia ser tomada pelo Congresso.

A Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu a norma da Anvisa ressaltando que as restrições não proíbem a venda de cigarros, mas o uso de aditivos na comercialização do tabaco. De acordo com a AGU, o aditivo facilita a iniciação do vício em cigarro, e o Estado tem o dever de fazer políticas de saúde pública para proteger a população. Segundo o órgão, as doenças causadas pelo tabaco custam cerca de R$ 59 bilhões aos cofres públicos.

Continue lendo

Pelo Estado – MDB será vice de Jorginho. E De Toni onde fica?

 Carol De Toni (PL) está cada vez mais longe de ser indicada ao Senado pelo seu partido e os rumores, após a fala de...

Equipe do Bem-Estar Animal e Polícia Civil apuram maus-tratos a animais em Laguna

IMAGEM PML Divulgação, Notisul Tempo de leitura: 3 minutos A equipe do Bem-Estar Animal de Laguna, em conjunto com a Polícia Civil, atendeu a uma denúncia...

Três jogos fecham a 29ª rodada do Brasileirão nesta segunda-feira (20)

A 29ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A 2025 chega ao fim nesta segunda-feira (20) com três partidas decisivas. Os confrontos Juventude x RB...

Megaevento celebra os 60 anos do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda e marca a história de Capivari de Baixo

Num domingo que ficará marcado na história de Capivari de Baixo, as comemorações dos 60 anos do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda (CTJL) alcançaram seu...

Agronegócio de Santa Catarina bate recordes e reforça protagonismo nacional

Santa Catarina manteve em 2024 sua liderança nacional em diversos segmentos do agronegócio, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Mesmo com...

Santa Catarina oferece tratamento inédito para alívio da dor em pacientes oncológicos pelo SUS

O Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), instituição do Governo do Estado localizada em Florianópolis, passou a oferecer um procedimento inédito no Sistema Único de...

Lula chama América Latina de zona de paz e critica intervenções estrangeiras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta segunda-feira (20), a soberania dos países latino-americanos e reafirmou a América Latina como uma “zona...

Petrobras reduz preço da gasolina em 4,9% a partir desta terça-feira

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (20) uma redução de 4,9% no preço da gasolina A vendida às distribuidoras. O novo valor passa a valer...
×

Olá!

Clique no contato abaixo para conversar conosco.

× Converse no Whatsapp