1º de maio: Dia do trabalho ou do trabalhador?

Amanda Menger
Tubarão

A resposta para a pergunta do título intriga muitas pessoas neste feriado. Oficialmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1º de maio é Dia do Trabalho. A data foi definida em 1889, no Congresso Socialista, em Paris, França, como uma homenagem à greve geral realizada três anos antes, em Chicago, Estados Unidos.
O protesto foi organizado por operários de indústrias e reivindicava melhores condições de trabalho. Entre os pedidos, estava a redução da jornada de trabalho de 13 para oito horas diárias.

A manifestação dos trabalhadores foi reprimida duramente, inclusive alguns foram mortos. Estes fatos passaram a ser lembrados nos anos seguintes e motivaram muitas pessoas a lutarem pelos direitos trabalhistas.
Para o coordenador da regional sul da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Edegar Generoso, o nome oficial da data não condiz com a realidade.

“Deveria ser dia do Trabalhador, porque lembramos o trabalhador, e não o trabalho. Esta é uma forma de tentar desmobilizar os trabalhadores”, avalia. A opinião é compartilhada pela professora de história Marilda Coan, da Unisul. “É dia do trabalhador porque seria o dia para os trabalhadores reunirem-se e discutirem a sua situação como categoria, mas o sistema capitalista descaracterizou a data”, observa.

Marilda foi orientadora de um trabalho de conclusão sobre a data. A pesquisa, realizada em Araranguá, ouviu universitários, alunos do ensino médio e trabalhadores mais velhos e a constatação é que a maioria não sabe qual a origem do dia. “O resultado foi decepcionante. Os entrevistados responderam que é feriado, dia para descansar e para ganhar um jantar ou almoço pago pelo chefe”, revela.