Fortes ventos assustaram as populações de diversas cidades da região Sul de Santa Catarina, na tarde de ontem, dia 24 de outubro. A cidade de Tubarão, que carrega as marcas da enchente de 1974, ocorrida em março daquele ano, agora registra eventos climáticos de grande impacto também no mês de outubro. Chuvas intensas e ventos fortes têm ganhado destaque nos noticiários.
Há oito anos, em outubro de 2016, um dos mais graves eventos já registrados na Cidade Azul causou destruição em diversas empresas e residências de Tubarão. Na Avenida Patrício Lima, próximo à Combemtu, galpões de empresas desabaram. O telhado da Itagrês, às margens da BR-101, também não resistiu à força dos ventos. Uma unidade da rede de Supermercados De Pieri, no bairro Andrino, foi destruída e nunca reconstruída, deixando apenas escombros no local. Há relatos de que, naquele dia, as rajadas de vento tenham superado os 180 km/h.
Infraestruturas públicas e privadas, como redes de telefonia, energia, internet, além de árvores e placas de sinalização, foram arrancadas do solo e arremessadas. Nas quatro avenidas Beira-Rio, especialmente nas margens dos bairros Centro, Oficinas e Dehon, árvores de grande porte tiveram galhos e folhas arrancados; algumas menores ou mais frágeis foram derrubadas sobre o asfalto ou nas águas do rio.
Com a violência dos ventos e das chuvas, a população fica vulnerável, enfrentando a falta de informações e a ineficácia do serviço público, que não monitora adequadamente a vegetação e não realiza cortes sistemáticos ou podas regulares de árvores mais antigas ou inadequadas no perímetro urbano. Árvores caindo sobre redes elétricas e veículos fragilizam ainda mais as cidades em eventos climáticos extremos como os que temos presenciado.
As autoridades públicas — Defesa Civil, municípios, Estado e governo federal — precisam dar mais atenção a situações como a vivida ontem em Tubarão. Não podemos ficar à mercê do clima. Em 2004, a região foi atingida pelo Furacão Catarina, o primeiro furacão documentado no Atlântico Sul, com intensidade entre a categoria 1 e 2 da escala Saffir-Simpson, ventos de 150 km/h e rajadas ainda mais fortes. Na ocasião, 11 mortes foram registradas, e 250 mil pessoas foram afetadas.